Albergaria foi “o concelho com maior prejuízo em todo o país”, disse Luís Montenegro, em visita a solo albergariense, quase um mês depois do grande incêndio que assolou o território. O presidente da Câmara Municipal pediu que os apoios prometidos sejam “simples, diretos e rápidos”.
“Albergaria continua de luto e a lutar por dias melhores”, dizia António Loureiro, presidente da Câmara Municipal, esta tarde, na sessão que reuniu 22 agricultores contemplados pela primeira fase de ajudas destinadas a perdas provocadas pelos incêndios.
O primeiro-ministro Luís Montenegro assegurou que “entre hoje e segunda-feira” os lesados por danos agrícolas podem esperar a primeira tranche de apoios, num valor máximo de seis mil euros. “Sabemos que muitos dos prejuízos são mais elevados, mas a rapidez também tem o seu valor”, disse, na primeira paragem que fez no concelho após o grande incêndio que assolou a região.
A este propósito, António Loureiro pediu que os apoios prometidos pelo Estado Central sejam “simples, diretos e rápidos”, sem necessidade de “documentação excessiva”. Luís Montenegro assegurou que o Governo partilha a preocupação do edil, dando como exemplo a disponibilização de 100 milhões de euros do Orçamento de Estado para apoios imediatos; ao invés de aguardar pela alternativa – ainda em andamento – de aceder a um máximo de 500 milhões de euros vindos do Fundo de Coesão.
Luís Montenegro frisou que Albergaria-a-Velha foi “o concelho com maior prejuízo provocado pelos incêndios em todo o país”, a termos quantitativos, sendo a dimensão de outras perdas impossíveis de retratar em números. António Loureiro lembrou as quatro mortes provocadas pelo incêndio, mais de 60 habitações primárias, 53 empresas e 39 explorações agrícolas afetadas pelas chamas.
Floresta do futuro. “O momento é agora”.
António Loureiro deixou uma palavra de “força e resiliência” a todos os lesados pelos incêndios em Albergaria e “profunda solidariedade” para com os concelhos vizinhos que enfrentaram a mesma “luta desigual” contra as chamas.
Para renascer das cinzas, o edil pediu que uma floresta “social, económica e ambiental” seja prioridade do Governo. “Custa-me perceber o porquê da Floresta não ser tema de interesse nacional. Sr. primeiro-ministro, este é o momento; este é o seu momento para avançar com as mudanças legislativas e culturais de que o país precisa”, apelou.
Montenegro garantiu que a Floresta tem sido considerada pelo seu executivo, sublinhando a visão integrada descrita por António Loureiro; algo que o primeiro-ministro justifica ser beneficiado pela junção da Agricultura, Pescas e Floresta na mesma área de Governo. Para o primeiro-ministro, a ocupação de zonas fora dos grandes centros urbanos é igualmente parte da solução para um território mais protegido e resiliente.
Os Bombeiros locais e os que vieram de vários pontos do país, a Proteção Civil, a CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, as Juntas de Freguesia e “as inúmeras pessoas anónimas e coletividades” que estiveram no terreno e ajudam agora o concelho a reerguer-se mereceram um especial obrigado do presidente da Câmara Municipal, assinada por baixo pelo primeiro-ministro. Na sessão estiveram presentes os representantes das entidades mencionadas.
“Talvez a maior força de proteção civil sejam realmente as pessoas individuais. Se não fosse o espírito de solidariedade entre cidadãos, não se teriam poupado tantas vidas, casas e empresas”, disse Luís Montenegro.