Alquerubim prepara requalificação de EN16-2 e património da freguesia

0
109

Restauro de lavadouros, percursos pedonais na zona ribeirinha e a requalificação da EN16-2 estão inscritos no Orçamento da Junta de Alquerubim para 2025 – os dois últimos projetos com investimento municipal. O pacote de 230 mil euros foi aprovado pela maioria CDS-PP com abstenção do PSD. A oposição acusou o orçamento de “acordar milagrosamente em época de campanha”.

A Assembleia de Freguesia de Alquerubim aprovou, a 17 de dezembro, o Orçamento para 2025, com abstenção dos quatro elementos eleitos pelo PSD. O executivo CDS-PP prevê como grandes empreitadas, com fundos do Município de Albergaria, a requalificação do Parque de Paus e do Largo de Santa Marta, como anunciado em Assembleia Municipal última, a 13 de dezembro.

António Rodrigues, secretário da Junta, informou, em declarações ao JA, que está prevista a criação de percursos pedonais na zona ribeirinha e de campo da freguesia, com estudo para aferir a melhor localização já elaborado pela Câmara Municipal, parceira do projeto. A reunião foi conduzida por António Rodrigues na ausência do presidente da Junta, António Duarte, por motivos de saúde.

O plano para o ano que se aproxima, orçado em 230 mil euros, prevê, a cargo da Junta, a requalificação dos lavadouros de Beduido, Paus e Fial; bem como a finalização do de Calvães. António Rodrigues detalhou que a maior dificuldade no cumprimento destas intervenções “tem sido a falta de mão-de-obra e não tanto de dinheiro”.

A dinamização da antiga Escola Primária de Fontes, recentemente renovada como espaço destinado a “workshops, para divulgação de artes, ofícios e tradições de Alquerubim, entre outras atividades”, como noticiado pelo JA em dezembro de 2023, está igualmente no horizonte. Carla Abreu, tesoureira da Junta, lembrou que o local já serviu para o convívio entre os grupos convidados para o 31º Festival de Folclore do Fial em agosto, o Dia Aberto da Escola da Banda Recreativa União Pinheirense em outubro, a Assembleia Municipal de setembro e a iniciativa “Crianças com Voz na Freguesia” da CPCJ em novembro.

“Só em ano de eleições”

Miguel Sousa, do PSD, louvou o investimento previsto para a freguesia no próximo ano, mas criticou a demora e acusou a aposta de eleitoralista. “Em Alquerubim, o orçamento dorme por três anos e acorda milagrosamente em época de campanha. É triste que só em ano de eleições chegue investimento à freguesia”, lamentou.

O social-democrata citou como exemplos de investimentos municipais para Alquerubim que considera tardios: 220 mil euros para o Centro Escolar de Alquerubim, 25 mil euros para requalificação de espaços públicos, 50 mil para o Parque de Paus (Largo da Nossa Senhora das Dores), 25 mil para o Largo de Santa Marta, 159 mil euros para passeios e muros na EN16-2 e 121 mil em rede viária, arruamentos e obras complementares para a mesma estrada.

Em relação à EN16-2, Avelino Miranda, também da bancada da oposição, questionou o executivo sobre as obras previstas para o derrubamento de um muro que permitiria alargar a estrada. António Rodrigues informou que foi aberto concurso para a empreitada no valor de 150 mil euros e não existiram candidatos. O secretário disse ser esta a informação mais atualizada que obteve junto da Câmara Municipal. “É, realmente, uma das coisas que mais queremos que ficassem resolvidas”, acrescentou.

Miguel Sousa questionou, a propósito do mapa de quadro de pessoal, se se justificariam três funcionárias a tempo inteiro na Junta de Freguesia. A tesoureira Carla Abreu explicou: “De momento, temos duas pessoas a meio tempo e uma a realizar formação para poder trabalhar no serviço de Correios. De futuro, a Junta contará com um Espaço Cidadão e vamos precisar de alguém para esse serviço, outra funcionária para os Correios e uma para a Secretaria. Vamos manter o pessoal que temos para podermos assegurar esta dinâmica futura”.

Atas discordantes

Os sociais-democratas votaram contra a aprovação da ata da sessão anterior, em crítica ao que têm considerado ser uma reprodução imprecisa e descontextualizada das intervenções feitas pelos próprios; ou mesmo a não inclusão de tópicos abordados. A oposição demonstrou insatisfação pelo curto período – menos de três dias – de que dispõem para analisar o documento antes da votação.

Como exemplo, apresentaram a citação de Miguel Sousa relativa à representação da freguesia na cerimónia dos 50 Anos do 25 de Abril, na Alameda 5 de Outubro, “por um negócio” enquanto as restantes se fizeram representar por uma ou mais associações. À intervenção segue-se a resposta do presidente a informar que a banca não estava a comercializar bens, mas a oferecê-los. O tema fica encerrado.

Para Miguel Sousa, deveria ter sido incluída a resposta que deu ao presidente, especificando que nunca tinha dito que estavam a vender bens, mas que, ao contrário das restantes, a freguesia foi representada por um negócio – sendo este o seu principal ponto; algo que, a seu ver, não ficou claro em ata.

“Uma vez mais, lamentamos que as declarações colocadas em ata não refletiam de forma fidedigna o teor das nossas intervenções, descontextualizando os pontos por nós abordados. Reiteramos a necessidade de que as atas sejam instrumentos rigorosos e imparciais, garantindo a transparência e a correta representação das discussões e deliberações realizadas nas Assembleias de Freguesia”, lê-se na declaração de voto.

Lixo espalhado e paragem “nada a ver”

Avelino Miranda questionou sobre a paragem de autocarro de Calvães – tema em sessões anteriores por chão em mau estado e demora na colocação de partes laterais e bancos – para saber se a obra se encontrava finalizada. António Rodrigues indicou que, segundo informação prestada pela Câmara Municipal, “estava pronta”.

“A paragem não tem nada a ver com as que têm sido reabilitadas na freguesia. Seria de esperar que fossem todas feitas com o mesmo acabamento. A meu ver, não devem aceitar essa resposta”, advogou Avelino Miranda.

Ainda no período antes da Ordem do Dia, Liliana Videira (PSD) alertou para o lixo deixado fora dos contentores na zona junto à Escola Primária, no lugar de Paus. “Está a transformar-se num continuado depósito de resíduos e monos. Semanalmente, vê-se lixo a acumular. É deplorável. Só pode ser falta de civismo, porque de informação não é – a Câmara Municipal tem o número para recolha de monos”.

O serviço municipal gratuito de recolha de monos e resíduos verdes requer inscrição através do 966098489 ou para albergaria@ecoambiente.pt. Em alternativa, pode fazer a entrega no Armazém Municipal das 8h às 16h durante a semana e das 8h às 13h ao sábado.