A crónica da Caderneta de hoje é muito simples, assim como é o futebol de Lio Messi. Com 35 anos, o astro argentino carrega como mais ninguém a sua equipa às costas e leva a Argentina a mais uma final do mundial de futebol, 12 anos depois do Brasil’14. Normalmente dizem que há terceira é de vez, mas Messi não quer esperar outra oportunidade e quer pegar na taça já este domingo.
A Croácia também fez história. Um país com menos de quatro milhões de habitantes conseguiu reunir um talento geracional tão exponencial que atingiu as quatro melhores equipas do mundo em dois mundiais seguidos. O que os croatas fizeram até aqui é de louvar, já que ultrapassaram o Brasil, uma das grandes equipas favoritas a vencer o troféu, depois de terem eliminado o Japão nas grandes penalidades. É uma equipa que se diz ter sete vidas, após ter chegado à final do mundial da Rússia com três eliminatórias a ir a prolongamento, mais duas neste campeonato do mundo na mesma condição. É, sobretudo, uma equipa aguerrida e que nunca vira a cara à luta, e nas grandes penalidades, não treme.
Essa capacidade não conseguiu vir ao de cima hoje. A Argentina foi superior e, acima de tudo, foi sólida defensivamente. A Croácia não conseguiu criar tantas situações de golo como em jogos anteriores, mas não esteve tão bem no capítulo defensivo, a vertente onde costuma ser mais forte. Aos 35 minutos, Alvarez foi derrubado por Livakovic e na conversão de grande penalidade, Lionel Messi voltou a ser chamado à responsabilidade máxima e não dececionou os adeptos argentinos no estádio Lusail. Minutos depois, após uma transição ofensiva, Julian Alvarez ganhou todos os ressaltos possíveis e imaginários e concluiu a jogada com êxito, ampliando a vantagem.
A Argentina estava com um pé e meio na final, a faltar 45 minutos para o jogo terminar. No decorrer da segunda parte, o inevitável Messi voltou a fazer das suas. Colocou Gvardiol num bolso e entregou a bola redondinha para Alvarez ser o holofote e bisar na partida. Três a zero, a Argentina fazia Knock Out à Croácia que não conseguiu ressuscitar como em outras ocasiões.
A Argentina é a primeira finalista deste Qatar 2022, e quer seja Marrocos ou França, será uma final inédita. Já os croatas ainda não vão embora do país árabe, uma vez que voltam a jogar no sábado, o jogo que ninguém quer jogar: o de terceiro e quarto lugar.
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