O INEM afirma que a reprovação da ambulância dos Bombeiros de Albergaria não foi em nada motivada pela idade ou quilometragem do veículo e que aguarda, há quase um mês, pelo envio do orçamento para reparação por parte dos Bombeiros.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) respondeu, em comunicado, às notícias relativas à necessidade de reparação de ambulâncias afetas a Corpos dos Bombeiros por todo o país. Em relação ao veículo dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, afirma que a reprovação na inspeção no dia 12 de julho de 2022 em nada teve “a ver com a idade do veículo ou com a sua quilometragem”, tendo o veículo mais de um milhão de quilómetros e 14 anos de utilização.
O motivo do chumbo prendeu-se com “problemas na célula sanitária da ambulância, nomeadamente no circuito de oxigénio e no circuito elétrico, entre outros, constituindo risco para os utentes da ambulância e sua tripulação”, explica o INEM.
Albano Ferreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Albergaria, confirma esta afirmação, acrescentando que a ambulância, embora tenha reprovado na inspeção do INEM e por isso não possa prestar socorro, pode circular tendo passado na Inspeção Periódica Obrigatória (IPO).
“Na altura da construção da ambulância, há 14 anos, existia um tipo de constituição da célula sanitária que hoje não é a mesma, houve uma evolução. Como tal, a ambulância foi chumbada. No entanto, o INEM pediu aos Bombeiros que requisitassem um orçamento para avaliar se mandam reparar ou repor o que não está em conformidade”, esclarece o comandante.
Em relação a este pedido de orçamento, no comunicado acima citado, o INEM afirma que aguarda, desde a data da reprovação em vistoria, há quase um mês, “que os Bombeiros submetam o orçamento para reparação destes problemas que foram identificados e que, acrescente-se, são de fácil resolução e terão autorização imediata por parte do INEM.”
Albano Ferreira responde: “Os Bombeiros pediram orçamento a quem repara ambulâncias e estamos à espera. Nestas alturas, com as férias, há sempre atrasos.” O comandante realça que “sempre que foram necessárias reparações, estas foram aprovadas pelo INEM – como seria expectável que uma ambulância com 14 anos e estes quilómetros todos já tivesse várias reparações feitas.”
Em relação ao tempo de vida útil de uma ambulância, o comandante esclarece: “Os protocolos entre o INEM e Associações de Bombeiros ficam sem efeito após oito anos; estes são acordos em que o INEM financia parte da ambulância dos Bombeiros durante esse período e estima-se daí que, naturalmente, ao fim de oito anos as ambulâncias terminem o seu tempo de vida útil.”
O comunicado do INEM reforça que “foi necessário recalendarizar o plano de investimentos previstos” devido à situação pandémica e garante que “nenhuma viatura atribuída pelo INEM aos parceiros do Sistema Integrado se Emergência Médica (SIEM) circula sem cumprir todos os requisitos de segurança”.
Texto redigido por Beatriz Ribeiro