Carlos Paião vai ter o seu nome eternizado no centro da cidade de Ílhavo. Tudo partiu de uma iniciativa da Câmara Municipal, que desafiou o artista plástico Albano Martins a homenagear o cantor e compositor português. A estátua de 1,80 metros de altura está a ser feita em bronze e terá a inscrição ‘#emplayback’. Estará exposta na Calçada Carlos Paião, no âmbito da Requalificação do Centro Urbano de Ílhavo – Jardim Henriqueta Maia, mas ainda não há data para sua colocação.
O local não foi escolhido ao acaso já que Paião viveu grande parte da sua vida em Ílhavo, terra natural dos seus pais. Também foi nesta cidade do distrito de Aveiro que se estreou no “mundo das cantigas”, em 1978, no Festival da canção do Illiabum Clube de Ílhavo, onde conquistou dois prémios, sendo um deles o melhor intérprete.
Com a nova estátua a edificada no centro da cidade, a Câmara pretende “manter viva na memória coletiva as tradições, a cultura e as pessoas que notabilizaram e levaram mais longe o nome de Ílhavo e das suas gentes, para além de prestar o seu reconhecimento público deste notável autor e artista português, acarinhado por quem o consagrou e imortalizou”. Numa nota publicada pelo Município de ílhavo pode ainda ler-se que esta iniciativa “espelha o reconhecimento público da Câmara Municipal de Ílhavo do papel cultural e do peso musical de Carlos Paião, enquadrado no esforço conjunto, desenvolvido em 2020, pela autarquia e pelo biógrafo Nuno Gonçalo da Paula (autor da biografia de Carlos Paião) com o propósito de assinalar os 40 anos do lançamento do primeiro disco e da profissionalização da sua intensa carreira, tragicamente interrompida ao fim de uma década”.
Recorde-se que foi a 26 de agosto de 1988 que Portugal viu desaparecer um dos nomes mais marcantes da música portuguesa. Carlos Paião faleceu há 33 anos mas o seu legado perdura até aos dias de hoje. Grandes êxitos como “Em Playback”, “Pó de Arroz”, “Cinderela”, “Vinho do Porto”, “Marcha de Pião das Nicas”, “Souvenir de Portugal”, “Eu não sou poeta” ainda ecoavam na cabeça dos portugueses.
Albano Martins, o artista responsável por esculpir a estátua, nasceu no Porto em 1971. É licenciado em Artes Plásticas – Escultura, pela Faculdade de Belas Artes do Porto e Mestre em Design, Materiais e Gestão do Produto, pela Universidade de Aveiro. A sua obra faz a fusão de diferentes meios de representação, nomeadamente, a escultura modelada, a fotografia, o vídeo, a modelação e a animação 3D. Expõe em Galerias de Arte, participa em Simpósios de Escultura e está representado em várias coleções públicas e privadas. Participa em projetos de diferentes áreas do espetáculo, na conceção e produção de cenografias e figurinos. Paralelamente à sua atividade artística, foi Professor de Escultura e Desenho no Ensino Superior Artístico e em vários Cursos Profissionais de Arte e Design.