Professores de Albergaria em protesto por melhor escola e contra “municipalização da educação”

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Empunhando cartazes, um grupo de mais de 20 professores da Escola Secundária de Albergaria-a-Velha manifestou-se esta manhã em frente do estabelecimento de ensino, num protesto iniciado a semana passada, que se repetirá por termo indeterminado, organizado por turnos, até serem ouvidas as suas reivindicações. Entre outras críticas, contestam a “municipalização da educação”.

Amanhã, estes e outros professores a lecionar em Albergaria irão à manifestação nacional na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa. “Vamos a expensas próprias, sem deslocações pagas pelo sindicato. Toda esta luta parte essencialmente de um protesto espontâneo dos professores”, fez questão de realçar uma manifestante ao Jornal de Albergaria.

Alunos solidários

Dezenas de alunos sem aulas concentraram-se junto aos portões da escola, em solidariedade para com os docentes. “Apoiamos os professores, achamos que eles fazem bem em defender seus direitos, senão, ninguém os defende, e é bom eles estarem a lutar por uma melhor escola para todos nós”, disse Maria Augusta, estudante do 12° Ano, ao Jornal de Albergaria.

Esta ação junta-se à greve convocada pelo S.TO.P. – Sindicato de Todos os Professores. Ontem foi lançado um novo pré-aviso para prolongar a paralisação até final de janeiro de 2023.

Às antigas reivindicações soma-se agora o despacho do Conselho de Ministros n.º 123/2022, publicado quarta-feira última, que determina a transferência para as comissões de coordenação e desenvolvimento regional, das atribuições dos serviços periféricos da administração direta e indireta do Estado.

O S.TO.P. considera “gravíssimo” passar da “entidade centralizada a nível nacional para entidades regionais”, conforme disse André Pestana, coordenador nacional do sindicato, ontem, em frente da Faculdade de Economia de Coimbra.

Referindo criticamente a municipalização das escolas, uma docente de Albergaria aponta que “os professores vão ser colocados, não por graduação, mas por perfis, sem que nos seja explicado em que é que isso consiste”.

Os professores defendem a valorização da carreira, uma escola pública com condições e qualidade, dotada de apoios, inclusive, psicólogos e assistentes operacionais, e reivindicam a devolução dos seis anos de tempo de serviço que ficou congelado. Estão ainda contra o sistema de quotas de acesso ao 5°e 7° escalão de progressão da carreira, bem como contra o excessivo trabalho burocrático e administrativo.