Partidos da oposição em Albergaria reagem a pórticos na A25

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O PSD de Albergaria descreve a manutenção de cobrança no troço afeto ao concelho como “profundamente injusta e penalizadora para a nossa região”. O PS contesta “veementemente” o pagamento e pede “um esclarecimento da lei de forma a garantir a isenção”.

Após inúmeras notícias e publicações nas redes sociais relativas à exclusão da isenção de pagamento dos pórticos da A25 afetos ao concelho de Albergaria, as organizações partidárias a nível local expressaram, em comunicados enviados ao JA, o desagrado com a situação.

Na reunião de Câmara de ontem, dia 2, o executivo apresentou um voto de protesto contra a medida, que acusou de representar “um tratamento diferenciado e discriminatório” para o concelho, nas palavras de Delfim Bismarck, vice-presidente da autarquia. O presidente da Câmara, António Loureiro, não esteve presente por se encontrar em período de férias.

Esta manhã, a autarquia lançou um comunicado a reforçar o que considera ser “um tratamento diferenciado que, como tal, não está a cumprir a Lei (…), lesando fortemente cidadãos e empresas do concelho e da região”.

Esclarecer Lei

A Comissão Política de Secção do PSD de Albergaria-a-Velha, oposição a nível local em relação à maioria CDS-PP, descreveu, em nota assinada pela presidente Sara Vinga, a medida como “profundamente injusta e penalizadora para a nossa região”, acusando-a de “falta de compreensão da relevância socioeconómica deste segmento da A25”; crucial para a mobilidade local, dinâmica económica e qualidade de vida.

Por sua vez, mas em concordância, o PS, com Firmino Ruas Mendes como representante único na Assembleia Municipal, “contesta, veementemente, o pagamento das portagens entre Albergaria-a-Velha e Aveiro, tendo em conta a sua abolição na A25”. O PS de Albergaria lembra que a apresentação da Lei n.º 37/2024 de 7 de agosto “gerou uma grande expectativa e descontentamento por parte da população e dos utilizadores habituais desta via”.

Nas últimas eleições legislativas, em 2024, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, afirmou, em entrevista ao JA, que existiam “condições para eliminar as portagens nas antigas SCUT, desde logo na A25”. Os socialistas de Albergaria defendem que seja “feito um esclarecimento da lei de forma a garantir a isenção de portagens em toda a extensão da A25, eliminando a indicação de Beira Litoral e Alta”.

Via essencial

Lembrando o contexto nacional em que a proposta foi aprovada, pelo PS, o PSD afirma ter votado contra “defendendo que, em vez de promover a coesão territorial, esta medida acentua as desigualdades entre os municípios abrangidos pela isenção e aqueles que continuam sujeitos à cobrança. Esta é uma situação que Albergaria-a-Velha e a região de Aveiro não podem aceitar, considerando a carência de vias alternativas adequadas que possibilitem deslocações seguras e económicas”, escrevem os sociais-democratas.

O PSD recorda a pressão feita pela CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, ao longo dos anos, junto dos diversos Governos para a “necessidade de medidas de discriminação positiva para os residentes da nossa região, uma reivindicação justa, baseada numa realidade em que as autoestradas são frequentemente a única opção viável para trajetos de curta e média distância, essencial para o quotidiano de trabalhadores, estudantes e empresas”. O partido social-democrata reforça estar “a contactar os nossos representantes na Assembleia da República e a reunir esforços para uma revisão urgente desta decisão”. 

O PS considera que a “imposição de custos adicionais para utilizar uma via que, na sua maior parte, é gratuita, constitui uma carga injusta, especialmente para os residentes da região e para aqueles que dependem dessas estradas para o seu dia a dia, para além de não existirem alternativas viáveis para os utilizadores e, principalmente entre os veículos pesados de mercadorias”, como escrevem, em nota assinada pelo Partido Socialista de Albergaria.