Albergaria-a-Velha e Honolulu, capital do Havai, ficarão mais próximas. A princesa Idony Punhele, da Casa Real do Havai, vai casar-se com Alfredo Côrte-Real, reconhecido investigador e escritor, residente em Angeja.
O casamento real realiza-se dia 30 de setembro, pelas 15h30, no Convento dos Lóios, em Santa Maria da Feira, monumento edificado pelos 1º e 2º condes da Feira, antepassados do noivo.
A celebração religiosa está “aberta à população em geral, muito em especial, ao Povo de Santa Maria da Feira e Albergaria-a-Velha”, conforme anuncia a Fundação Hoapili Baker (The Hoapili Baker Foundation), fundação da Casa Real do Havai, da qual a princesa Idony Punhele é a legítima herdeira.
“Suas Altezas Reais irão viver entre o Havai e Portugal (Albergaria-a-Velha)”, informa a Fundação.
O Jornal de Albergaria contactou Alfredo Côrte-Real que respondeu abertamente às nossas perguntas. Disse ter conhecido aquela que viria a ser sua noiva, no decurso de trabalhos de investigação histórica sobre o Reino do Havai (hoje, uma República) e suas dinastias, e do convite para vir a pertencer à Fundação da Casa Real do Havai.
Começaram por travar conhecimento por videoconferência e outros meios à distância, até que, há quatro anos, se conheceram presencialmente, em Albergaria-a-Velha, no âmbito de uma visita a Portugal e Espanha, que Alfredo Côrte-Real organizou. Outras visitas por outros países se seguiram, no sentido de abrir portas, na Europa, à Casa Real havaiana.
“O namoro é recente, mas é sólido”, disse, respondendo, ainda, que sua noiva “gosta muito de Albergaria”.
Durante cerimónia religiosa católica do casamento, um primo da noiva, Doug Tolentino, “um dos músicos mais reconhecidos do Havai, irá interpretar o Canto Real, um rito tradicional havaiano de elogio aos antepassados”, adiantou Alfredo Côrte-Real. Depois, terá lugar o tradicional cocktail e jantar no Castelo de Santa Maria da Feira, reservados a convidados.
O casal irá residir em Angeja, mas com estadias frequentes em Honolulu, capital do Havai. De resto, ambos assumem responsabilidades que implicam andar muito em viagem, como o facto de serem membros do Finisterra- Festival Internacional de Cinema. A “sétima arte” é uma paixão comum. A Princesa Idony Punhele, com formação superior em Artes e Escultura, concluída em Edimburgo, também tirou, em Paris, uma licenciatura ligada ao cinema, disse Alfredo Côrte-Real. Este, por seu lado, tem-se envolvido em projetos cinematográficos, como produtor e consultor de História, de que é exemplo “A Lenda do Galo”.
Fundador e mentor da Confraria da Raça Marinhoa, Alfredo Côrte-Real, natural de Coimbra, a viver em Angeja, nos últimos anos, terra onde tem raízes familiares, dedica-se à temática do património e à investigação histórica, de que resultaram vários livros publicados, entre os quais «A Verdadeira Casa Real de Portugal». Segundo a Fundação da Casa Real do Havai, descende de D. Afonso Henriques, dos Navegadores Côrte-Real, entre outros nomes ilustres da História de Portugal.
Idony Punhele é neta do Príncipe George I’i, descendente do Rei Kalakaua, pertencente ao ramo detentor do Direito “de jure”, que transmitiu à princesa a responsabilidade de ser a atual chefe da Casa Real, como refere a respetiva Fundação.
O Havaí é o único Estado dos EUA cujos nativos tiveram a monarquia como forma de governo. Em 1894, o arquipélago tornou-se uma república, e, em 1898, foi invadido militarmente e anexado pelos Estados Unidos, tornando-se um território estadunidense em 1900. Porém, segundo Alfredo Corte-Real, tem um “forte movimento monárquico”, sendo Idony Punhele a sua legítima representante.
Foto: DR (Interior do Iolany Palace – Palácio Real do Hawai’i)