Ribeira unida para reconstruir Casa do Padre

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Em corrida contra o tempo, as associações da freguesia arregaçam mangas para ajudar a Paróquia a angariar o valor necessário para a empreitada que trará nova vida à emblemática Casa do Padre. Para assegurar o financiamento proveniente de fundos europeus, a obra tem de estar pronta até 31 de março de 2025.

Todos se lembram do padre Raul Cruz, falecido em 1986. Fazia curativos médicos, era conselheiro, gostava de caça e pesca, dinamizava aulas de coro e foi professor por uns tempos. Foi também o último pároco a habitar a Casa do Padre de Ribeira de Fráguas, de fachada amarela e portão verde, agora em obras para ser centro de cultura e associativismo local. Pode recordar algumas destas memórias na edição do Jornal de Albergaria de dezembro passado.

O padre João Ferreira dos Santos, na Paróquia de Ribeira de Fráguas há três meses, reuniu com representantes das associações da freguesia; Henrique Caetano, presidente da Junta; e membros da comunidade local na passada quarta-feira, dia 18 de dezembro, para discutir o futuro da empreitada.

O projeto implica, segundo os valores apresentados na reunião, ligeiramente diferentes dos previamente divulgados pelo JA, um investimento de 298 mil euros + IVA, com um apoio de 137€ mil da União Europeia, vindo do PDR 2020 – 80% dos 171€ mil inicialmente apresentados na candidatura.

Deste modo, do total necessário para a obra de 367 mil euros (valor com IVA), subtraindo os fundos comunitários e o apoio conjunto do Município de Albergaria-a-Velha e Junta de Freguesia de Ribeira de Fráguas – 100 mil euros sujeitos a aprovação, anunciados por Henrique Caetano – a Comissão Fabriqueira da Igreja de Ribeira de Fráguas tem de ter disponíveis cerca de 130 mil euros.

União faz a força

A candidatura implica que o espaço fique um mínimo de cinco anos ao serviço da comunidade. Henrique Caetano explicou, na última Assembleia de Freguesia, que a Casa do Padre irá preservar a fachada original e a funcionalidade histórica de residência do pároco. Além disso, será um centro de cultura e convívio onde podem realizar-se espetáculos, workshops, apresentações de livro, conversas, formações, entre outras atividades.

Para assegurar o financiamento europeu, a obra tem de estar pronta até 31 de março de 2025. “Podemos ver isto de duas maneiras: como um grande problema ou uma oportunidade que nos é dada para trabalharmos em conjunto, usando os nossos carismas para exercer o bem que fazemos nos nossos sítios”, incentivou o padre João.

Com candidatura enviada em 2020, o concurso para obras começou por abrir sem arrancar, dada a ausência de concorrentes. Com um aumento de 20 mil euros do concurso anterior, abriu-se um novo. A empresa não apareceu. Na última tentativa antes da atual vitória, a empresa a quem foi adjudicada a obra abriu falência.

De momento, com empreitada já atribuída, Anabela Vidal, membro da Avilar – Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Aldeia de Vilarinho de São Roque e grupo de Carnaval ‘Passarinhas do Caima’, assegurou que a candidatura ao PDR2020 permite a alteração de materiais de construção como forma de reduzir o custo final dos trabalhos, ainda a negociar com a entidade construtora.

Após a apresentação detalhada do plano e previsão de cortes e acrescentos que o visam tornar financeiramente mais viável, os representantes das associações responderam ao pedido do padre com inúmeras sugestões de atividades culturais; de jantares a cortejos, passando por concertos e festivais de sopas. Os eventos serão atempadamente divulgados pelas entidades organizadores e no Jornal de Albergaria.