Os partidos políticos com assento parlamentar organizados em concelhia, em Albergaria, na voz dos representantes do órgão local, comentam o atual desenho da Assembleia da República.
As eleições legislativas de domingo, 18 de maio, não alteraram o vencedor, mas mudaram a configuração do Parlamento.
A coligação AD – PSD/CDS ganhou com 32,72% dos votos, correspondente a 89 assentos parlamentares, percentagem que inclui círculos onde a coligação concorreu com outra denominação. O PS – Partido Socialista e o Chega elegeram o mesmo número de deputados: 58 mandatos cada, o PS com 23,38% dos votos; e o Chega com 22,56%.
Seguiram-se: Iniciativa Liberal com 5,53% (9 deputados), Livre com 4,20% (6 deputados), CDU com 3,03% (3 deputados), Bloco de Esquerda com 2% (1 deputado), PAN com 1,36% (1 deputado) e JPP com 0,34% dos votos (1 deputado). O partido JPP – Juntos Pelo Povo conseguiu eleger um deputado pelo círculo eleitoral da Madeira, sendo a primeira força partidária regional com assento na Assembleia da República.
No rescaldo da noite eleitoral, o JA entrou em contacto com os representantes de Albergaria dos partidos com assento parlamentar: PSD, CDS, PS, Chega e CDU. Os restantes estão organizados a nível distrital, mas não concelhio.
As mensagens apresentam-se por ordem decrescente de resultados e tal como nos foram enviadas:
AD – PSD/CDS
A AD existe apenas a nível nacional, pelo que, foram pedidos comentários a Sara Vinga, como presidente da Comissão Política de Secção do PSD Albergaria, e Henrique Caetano, com o mesmo cargo no CDS-PP.
PSD – Sara Vinga da Quinta
“As eleições legislativas deste domingo trouxeram um sinal claro e inequívoco da vontade do albergarienses: reforçar a confiança na Aliança Democrática e na capacidade do PSD para liderar o futuro de Portugal com responsabilidade, competência e estabilidade.
No concelho de Albergaria-a-Velha, a AD alcançou uma vitória expressiva, com 41,87% dos votos — um crescimento assinalável face a 2024, que consolida o nosso projeto como a principal força política local. Este resultado é, acima de tudo, um reconhecimento do trabalho que temos vindo a desenvolver e uma forte expressão de esperança num novo ciclo político para o país.
É importante destacar a trajetória de crescimento sustentado da coligação liderada pelo PSD no nosso concelho: em 2019, registámos 32,66%; em 2022, subimos para 34,28%; em 2024, atingimos 37,31%; e agora, em 2025, alcançamos os 41,87%, o melhor resultado dos últimos anos. Este percurso confirma que os eleitores valorizam a proximidade, o compromisso e a coerência que temos demonstrado.
Em contraste, o PS sofreu uma quebra profunda, ficando relegado para o terceiro lugar, com apenas 17,55% dos votos. Também a extrema-esquerda continua a perder expressão local. Assim, reafirmamos o nosso compromisso com uma alternativa firme, construtiva e responsável — centrada em propostas concretas e no respeito pelos valores democráticos.
Em nome da Comissão Política de Secção, agradecemos profundamente a todos os que confiaram em nós e contribuíram para este resultado. Esta vitória representa uma responsabilidade acrescida que assumimos com humildade e determinação, certos de que o nosso papel é continuar a servir Albergaria-a-Velha e Portugal com ambição, justiça e visão para o futuro.
O nosso compromisso mantém-se inabalável: estar ao lado das pessoas, servir com competência e afirmar um projeto sólido e mobilizador para Portugal.
Pelo PSD, por Albergaria, por Portugal.”
CDS-PP – Henrique Caetano
“As eleições legislativas de 18 de maio reafirmaram a confiança de muitos portugueses na Aliança Democrática (AD), que liderou o governo nos últimos onze meses. Numa conjuntura marcada por desafios exigentes, o eleitorado decidiu dar continuidade a esse caminho, reforçando a legitimidade democrática de um projeto político que se tem pautado pela moderação, responsabilidade e sentido de Estado.
Este foi um voto de confiança renovada, uma escolha consciente por um rumo conhecido, que os eleitores quiseram validar e reforçar. A AD não se apresentou como uma promessa por cumprir, mas como uma proposta já em andamento, com trabalho feito e com consciência clara do que está por fazer.
A nível local, em Albergaria-a-Velha, essa confiança foi ainda mais expressiva. Os resultados da AD no concelho refletem não apenas o alinhamento com a opção nacional, mas também o reconhecimento pelo trabalho sério e consistente desenvolvido pela autarquia, liderada por uma maioria do CDS-PP. Uma governação próxima, estável e orientada por princípios, que não se afasta das pessoas, mas que as ouve e serve com dedicação.
O CDS-PP, integrado nesta coligação, continua a afirmar os seus valores com clareza: a dignidade da pessoa humana, a centralidade da família, a liberdade com responsabilidade, a justiça social e o equilíbrio entre solidariedade e mérito. São estes princípios que nos guiam e que sustentam a nossa participação ativa num projeto político que procura responder aos desafios do presente sem perder de vista os fundamentos do bem comum.
Naturalmente, o crescimento de novas forças políticas não pode ser ignorado. É um sinal claro de que há preocupações e insatisfações que exigem respostas. A sua expressão eleitoral merece o nosso respeito e obriga-nos, a todos os que exercem funções públicas, a não desvalorizar essas vozes. É com mais escuta, mais proximidade e mais compromisso que se responde à diversidade do voto democrático.
Por fim, deixo uma palavra de apreço a todos os que participaram neste ato eleitoral. A democracia vive da participação cívica e é nela que assenta a legitimidade de todos os mandatos. O voto é sempre um sinal de esperança. E, para quem é eleito, um apelo à responsabilidade.”
PS – Firmino Ruas Mendes
Firmino Ruas Mendes, presidente da concelhia, explica, ao Jornal de Albergaria, que a política interna do partido dita que são as distritais que devem expressar-se sobre as eleições legislativas e não as concelhias. A distrital já emitiu um comunicado.
Chega – Ricardo Coutinho
“Albergaria-a-Velha: Um Novo Rumo com o Chega,
As eleições legislativas de 2025 representaram um marco histórico para o nosso concelho. Albergaria-a-Velha fez ouvir a sua voz de forma clara e inequívoca: quer mudança.
Com um resultado expressivo, o Chega ultrapassou o Partido Socialista em todas as freguesias, alcançando margens que, em alguns casos, rondaram os 10% de diferença. Este voto é um sinal inequívoco de que os albergarienses estão cansados de um sistema que os esqueceu, com partidos subornados por verbas que se tornaram ferramentas de clientelismo político, capturados por estruturas que, em vez de servirem a comunidade, servem a sua própria perpetuação e as agendas de quem está no poder.
O resultado? Um concelho atrasado, com uma juventude desmotivada e uma população que, em muitos casos, viu no estrangeiro a única saída.
Aqui, e noutros pontos do país, assistimos à degradação silenciosa da nossa identidade sob o pretexto de dinamismo cultural. Financia-se o que promove inclusão, mesmo que isso signifique excluir os portugueses.
O Chega como segunda força política reflete um despertar social. As pessoas perceberam que existe alternativa. A nossa concelhia ouviu — e continuará a escutar com respeito e seriedade — os anseios dos nossos conterrâneos. Não falamos de forma vaga sobre “a população”, mas sim dos homens e mulheres que fazem Albergaria-a-Velha: os que cá estão, os que partiram, os que querem voltar. São esses os nossos verdadeiros interlocutores.
Nós não temos dúvidas: a nossa matriz cultural, católica, identitária, será protegida e valorizada. Num tempo em que tantos partidos se vergam ao politicamente correto, nós afirmamos com clareza que a nossa cultura vale a pena ser defendida.
Conclusão: Basta de socialismo e de partidos disfarçados de direita.
Os resultados destas eleições provaram que Albergaria-a-Velha está pronta e o voto no Chega é o início de uma viragem filosófica, cívica e histórica. É a recusa de um sistema disfarçado de democrático mas enredado em dependências e em políticas de “candidaturas às verbas”, onde a cultura se transformou em propaganda e o povo, em massa silenciosa.
Agora, com legitimidade renovada, inicia-se um novo tempo. Um tempo onde projetos frutíferos servirão, finalmente, os que sempre foram ignorados: os portugueses, com nome, rosto, fé e história. E essa história, a partir de agora, começa a ser reescrita.
Rendemos homenagem ao homem que ousou levantar a voz quando tantos preferiram o silêncio: Dr. André Ventura, que com coragem inabalável e convicção inquebrantável iniciou uma verdadeira reconquista nacional.
Por Albergaria, por Portugal.”
CDU – Adelino Nunes
“Os resultados da CDU no concelho e a nível nacional, não reflectem o apoio demostrado durante a campanha. No entanto, é um resultado de resistência e conseguido a pulso e sem favores. É um resultado inseparável de factores objectivos e subjectivos, de difusão de elementos de preconceito, de falsificação e menorização da CDU e das suas propostas.
Os resultados revelam, mais uma vez, a recusa de um cenário de maioria absoluta. Com estes resultados, a composição da Assembleia da República tem uma evolução negativa, marcada pelo crescimento da AD e seus sucedâneos (CH e IL).
Independentemente dos resultados, os trabalhadores e o povo podem contar com a CDU para dar resposta aos problemas com que os trabalhadores, o povo e o país estão confrontados: os baixos salários e pensões, a saúde, habitação, educação, os direitos das crianças e dos pais, das mulheres, da juventude, o ambiente e a conservação da natureza.
Podem contar com o PCP para defender a liberdade, a democracia, a Constituição da República e a Paz.”