Com foco na reparação de ruas, medidas de acalmia de trânsito, resolução do problema das cheias, desejo de dinamizar o Areal e fortalecer a oferta de habitação, o CDS-PP apresentou os planos que tem para Angeja, a única freguesia a que não apresenta lista à Assembleia local.
“Começo com uma palavra de responsabilização. O CDS não apresenta candidato a Angeja por minha responsabilidade. Na análise do contexto de diversidade de candidaturas à freguesia, entendemos que a nossa posição deveria ser de agregação e consenso”, dizia Henrique Caetano, presidente da concelhia do CDS-PP, na sessão de campanha organizada pelo partido em Angeja.
No entanto, o presidente da estrutura e segundo na lista à Câmara Municipal, garantiu que o território não está esquecido. “Temos um programa capaz de projetar Angeja como freguesia de enorme valor no concelho de Albergaria-a-Velha. Assumo a responsabilidade, mas também a vontade de fazer muito mais por Angeja”, reforçou.
Henrique Caetano frisou que os partidos não são prioritários para as candidaturas que o CDS-PP apresenta ou para a forma como têm feito política nos últimos anos. Neste sentido, elogiou António Loureiro, presidente da Câmara de Albergaria há 12 anos e candidato à Assembleia Municipal, por sempre ter “tratado todas as freguesias por igual”, independentemente da cor política – como é o caso de Angeja, a única das seis liderada pelo PSD.
Henrique Caetano elogiou a proximidade cultivada por António Loureiro, “um verdadeiro presidente do terreno”. Como marca do legado deixado em Angeja pelo edil, Henrique Caetano destacou a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Baixo-Vouga, uma “referência” na área.
Para além do legado, Henrique Caetano lembrou a “herança pesada” que carrega António Loureiro por se candidatar ao cargo de que se despede Mário Branco, presidente da Assembleia Municipal por mais de uma década, um percurso elogiado de forma unânime na última sessão antes das eleições de 12 de outubro. “Não podia estar mais tranquilo por ser esta uma tarefa atribuída a António Loureiro”, afirmou Henrique Caetano.
“Não é do CDS, é das pessoas”
Sobre Carlos Coelho, candidato à Câmara Municipal e presidente da Junta de Freguesia da Branca por três mandatos consecutivos que chegam agora ao fim, Henrique Caetano reiterou os louvores à energia do candidato e “à invejável capacidade de mobilização” que possui.
“É um líder capaz de tomar decisões e tem uma equipa capaz de as suportar”, resumiu Henrique Caetano, lembrando os nomes que integram a lista à Câmara Municipal, que desenvolvem, no atual executivo, como vereadoras, trabalho nas áreas da Educação, Ação Social, Ambiente, Turismo e Habitação: Catarina Mendes, Sandra Almeida e Isabel Cruz.
António Loureiro apresentou-se com o desafio à audiência para que fosse “reler o jornal” das promessas autárquicas de 2021, assegurando que “tudo o que foi prometido foi cumprido, o que não está acabado tem as bases lançadas e, em alguns casos, fez-se mais do que estava prometido”, nas palavras do próprio.
O presidente da Câmara ainda em funções, em jeito de balanço, lembrou o investimento feito na Zona Industrial, tornado possível graças à alteração do Plano Diretor Municipal (PDM) para ampliação da área de construção. António Loureiro referiu os três mil postos de trabalho criados em 10 anos na Zona Industrial e orgulhou-se de Albergaria-a-Velha apresentar um valor de rendimento per capita três vezes superior à Região de Aveiro (NUT III) e duas vezes superior à região Centro.
No campo da captação de investimento no contexto do Quadro Comunitário, António Loureiro afirmou que o concelho é o segundo melhor nos 100 municípios da Região Centro. A conquista valeu um prémio de 600 mil euros ao Município pela taxa de execução dos projetos financiados. “Temos de atribuir mérito à vereadora Sandra Almeida, que veio da Câmara de Oliveira do Bairro, o município que tinha mais captação de investimento per capita na Região Centro, graças ao seu trabalho”, afirmou António Loureiro.
O presidente da Câmara referiu ainda o investimento feito, nos últimos 12 anos, de 7.5 milhões de euros em Habitação e 4.5 milhões de euros na Educação, onde se inclui a requalificação do parque escolar de Angeja, áreas nas quais destacou o papel da vereadora Catarina Mendes.
António Loureiro indicou que o CDS-PP, apesar de propor continuidade, está a avançar com 60% da equipa renovada. Por fim, agradeceu a todos os que participam na corrida eleitoral a Angeja e aos que contribuíram para a estabilidade ao longo dos seus três mandatos, em particular ao Partido Socialista por “permitir a governabilidade” a nível concelhio. “Este projeto não é do CDS, é de pessoas para pessoas e para todas as freguesias”, defendeu.
Para Angeja
Carlos Coelho tomou a palavra para apresentar à freguesia o programa do CDS-PP à Câmara Municipal, com foco em Angeja.
Entre a lista de prioridades está a aposta na mobilidade na freguesia, através da requalificação de vias de comunicação, entre as quais foram enumeradas para intervenção pronta: Rua da Boavista; Rua da Várzea; Rua 5 de Outubro e bermas da Rua da Variante e Afeiteira, desde o cruzamento com a EN-109 até ao sobreiro.
Ainda neste âmbito, está prevista a ligação entre vielas, pavimentação da estrada da Ribeira do Fontão e a conclusão da pavimentação da estrada das Marridas. Para a circulação pedonal, o CDS-PP promete a criação de um projeto para melhorar as condições de segurança na Variante N16, Rua da Cruz e Rua da Cova da Raposa.
O CDS-PP visa a implementação de medidas que acalmia de trânsito “que forcem realmente os condutores a diminuir a velocidade ou a sentir o prejuízo no bolso” em caso de incumprimento.
Carlos Coelho referiu ainda a construção de um parque de estacionamento para camiões, com vista a melhorar a logística das empresas e terminar com o estacionamento abusivo destes veículos dentro das freguesias. A medida abrange todo o concelho, mas o candidato acredita que terá impacto particular em Angeja, pelos desafios de mobilidade com que se tem deparado a população.
Prevenção de cheias
Carlos Coelho referiu, como aposta no bem-estar da população local e atratividade da freguesia para quem a visita, a valorização do Parque do Areal e requalificação da área do terreno do Espírito Santo para criar uma nova centralidade local.
A requalificação do espaço da Feira dos 26, integrada na ARU de Angeja, que permite benefícios fiscais significativos aquando da construção, está igualmente no horizonte do partido. O CDS-PP comprometeu-se ainda “a continuar a apoiar todas as coletividades e IPSS”.
O autarca quer dotar as freguesias – pelouro que ficará a seu cargo – de meios para trabalhar com maior autonomia, para que a resolução de situações seja feita sem alocação contraproducente de recursos da Câmara. “Os presidentes da Junta sabem resolver com mais rapidez e proximidade. Esta medida não é uma despesa é um investimento”, frisou Carlos Coelho.
Na defesa contra as cheias, no âmbito da CIRA, “tem já financiamento aprovado a execução do dique em aterro, numa extensão de 3.4km, desde a EN109 até ao limite do concelho”, detalhou Carlos Coelho. A medida visa contribuir para manter a segurança “de quem se dedica à agricultura, preservação dos terrenos agrícolas e dos ecossistemas”.
Para o concelho
A apresentar o programa para a Câmara Municipal, referente ao concelho como um todo, o candidato à presidência explicou que no centro da estratégia está o desenvolvimento económico, como fator para melhorar a qualidade de vida da população, apostar no setor social, da Habitação e Educação.
Para cumprir o desígnio, compromete-se a continuar a apostar na Zona Industrial de Albergaria, um legado que lembrou ser de António Loureiro. “Queremos modernizar ainda mais esta Zona e criar mais condições para que os empresários continuem a confiar em nós”, afirmou Carlos Coelho.
Na área do Desporto, “que é bem-estar físico, social e mental”, o candidato quer colocar Albergaria no mapa regional e nacional de competições, com a criação da ‘Aldeia do Desporto’. O projeto visa formar melhores atletas e treinadores, e será construída em sintonia e com auscultação das necessidades das coletividades desportivas do concelho.
No campo do Turismo, Carlos Coelho ambiciona criar no concelho uma “marca distinta” capaz de trazer dinâmica ao território e fazer mexer o comércio local, das lojas de rua à restauração.
Fixar população
Para a Habitação, o CDS-PP quer alterar o PDM para expandir a área disponível para construção e assumiu a missão de erguer 50 casas novas, a começar pelas áreas onde já existe “eletricidade, água e saneamento” e com propósito de fixar população no concelho, em particular os mais jovens.
Neste sentido, Carlos Coelho comprometeu-se a criar mais um Jardim de Infância em Albergaria “No fundo, esta medida é também de apoio à natalidade porque indica às famílias que há condições para criarem aqui os seus filhos”, defendeu o candidato. A expansão da ARU de Angeja será uma forma adicional de concretizar a medida.
Carlos Coelho anunciou igualmente o desejo de melhorar a Saúde em todo o território. “Vamos continuar atentos e a trabalhar em parceria com a ULS [Unidade Local de Saúde] de Aveiro para reorganizar os centros de Saúde no concelho de forma a melhor servir a população”, detalhou.
Na Cultura, serão redefinidas e alargadas as datas e período horário do Festival do Pão, que visa passar para Alameda 5 de Outubro, e do Albergaria ConVida. Neste campo, anunciou igualmente a criação da ‘Aldeia de Natal’ no Torreão, aposta na Arte Urbana como elemento diferenciador e apoio ao Carnaval de Albergaria.
O próprio Torreão será alvo de intervenção para se tornar “uma zona mais aconchegante e próxima; uma obra gradual que não será concretizada logo no primeiro ano”, explicou Carlos Coelho. Ainda na Cultura, foi reforçado que o futuro Museu de Albergaria terá pouso na adega da Casa Alameda.
Combate às chamas
Sobre o aguardado Parque da Cidade, Carlos Coelho informou que o projeto “já se encontra aprovado e financiado” no valor de 1,6 milhões de euros. O Parque terá uma área de superfície de 37 mil metros quadrados, será construído na zona do Largo dos Chorões, por ser a única área que permite que uma linha de água.
Para além disso, a zona foi escolhida pela grande concentração populacional que a carateriza e por ser uma área onde a autarquia tem já uma quantidade considerável de terrenos. A questão do proprietário que tem vindo, nos últimos tempos, a impedir a obra de avançar, está em vias de expropriação. Também aprovado e financiado está o projeto de reabilitação da estação da CP no centro da cidade, onde será criado um bar e restaurante.
Relativamente à prevenção de incêndios, Carlos Coelho tem planos para reforçar a rede de bocas de incêndio no território, investir em reservatórios de água e reabilitar a rede hidrográfica e viária afetada pelos fogos.
“Não vale a pena ter mais bocas de incêndios se, no momento, não funcionam. Vamos apostar em grandes reservatórios de água, de fácil acesso aos Bombeiros para que possam abastecer rapidamente”, explicou o candidato. Carlos Coelho frisou ainda a importância de assegurar a limpeza de terrenos junto às habitações. “Temos mesmo de obrigar as pessoas a cumprir e dar o exemplo”, afirmou.







