O CDS-PP ganhou a Câmara e manteve três Juntas de Freguesia – as restantes três foram conquistadas pela coligação ‘Albergaria em Primeiro’ PSD/IL, que venceu em mais duas freguesias do que em 2021. O PS manteve o membro único na Assembleia Municipal e aumentou a representatividade nas Juntas. O Chega conseguiu eleger pela primeira vez e foi o terceiro partido mais votado. A CDU, sem eleitos, aumentou o número de votos nos três órgãos de poder local.
As eleições autárquicas de 2025, que decorreram no passado dia 12 de outubro, deram vitória a Carlos Coelho como novo presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, eleito pelo CDS-PP com 51,44 % dos votos (7.349 votos). Branca, Ribeira de Fráguas e São João de Loure e Frossos continuam a ser CDS-PP.
Na noite eleitoral, à porta da sede de campanha do partido, Carlos Coelho expressou “reconhecimento e sentimento de injustiça” pelas freguesias que deixaram de ser CDS-PP, com agradecimento aos candidatos e respetivas equipas pela campanha realizada, um obrigado estendido a todos os envolvidos na jornada das restantes candidaturas.
“Albergaria reconheceu que somos os melhores para governar os destinos do concelho pelos próximos quatro anos, pelo menos!”, festejou o novo presidente. “O futuro é já amanhã. Acreditem nesta equipa, não vos vamos falhar. Vão sentir a diferença e, daqui a quatro anos, o resultado será ainda maior. Sei bem o que quero fazer nas freguesias e no concelho”, reforçou. Carlos Coelho agradeceu aos candidatos da coligação ‘Albergaria em Primeiro’ – PSD/IL e PS por terem entrado em contacto para o felicitar pela vitória.
O CDS-PP elegeu quatro vereadores e os restantes três foram eleitos pela coligação PSD/IL, que conseguiu 31,82 % (4.546 votos) à Câmara Municipal. No órgão de poder local seguiram-se: Chega com 6,69 % (956 votos); PS com 5,51 % (787 votos) e CDU – PCP/PEV com 1,64 % (234 votos).
Mais Juntas
Sara Vinga da Quinta, que esteve na corrida à presidência da autarquia e foi eleita vereadora, lembrou, ao JA, como presidente da concelhia do PSD, que o partido passou de liderar uma Junta de Freguesia – que manteve, com Hélder Brandão a caminho do terceiro mandato em Angeja – para conquistar mais duas: Albergaria-a-Velha e Valmaior, com Rúben Coelho como novo presidente de Junta; e Alquerubim, com Miguel Sousa a assumir a liderança.
Em nota de imprensa, a Comissão Política do PSD de Albergaria-a-Velha expressou “o seu mais profundo agradecimento a todos os Albergarienses que acreditaram na coragem de fazer diferente e confiaram na candidatura”. Na mesma comunicação, agradeceu à IL “pela energia, criatividade e empenho dedicados a este projeto comum, contribuindo de forma decisiva para os resultados alcançados”.
Apesar da derrota na Câmara, a concelhia do PSD afirmou que os resultados “confirmam a vitalidade do projeto e o desejo crescente de mudança que se faz sentir em todo o concelho”. No final da nota, Sara Quinta acrescenta: “Estes resultados representam um ponto de partida sólido e encorajador. Continuaremos a trabalhar com ambição, responsabilidade e espírito de serviço público, sempre ao lado dos Albergarienses, ouvindo as suas preocupações e transformando-as em soluções concretas”.
Nova Assembleia
A Assembleia Municipal foi ganha pelo CDS-PP, com 47,07 % dos votos (6.725 votos), sendo António Loureiro o novo presidente do órgão, após 12 anos consecutivos como presidente da Câmara Municipal de Albergaria. O partido elegeu 11 membros para a Assembleia.
A coligação PSD/IL passou de 7 para 8 eleitos na Assembleia, em comparação com 2021. A força partidária conseguiu 32,44 % dos votos (4.634 votos).
O Chega elegeu, pela primeira vez, um membro para a Assembleia Municipal, com 7,76 % dos votos (1.108 votos) e o Partido Socialista manteve o membro único, com 7,57 % dos votos (1.081 votos).
A CDU obteve 1,90 % (272 votos). Assim, o CDS-PP mantém a maioria por apenas um assento na Assembleia Municipal – sendo que, há quatro anos, tinha 13 eleitos; face aos 7 do PSD e ao membro único do PS.
Representação reforçada
Firmino Ruas Mendes, presidente da concelhia do PS e candidato à presidência da Câmara nas recentes eleições, louvou o reforço da representatividade do Partido Socialista na Junta de Freguesia de São João de Loure e Frossos, onde elegeram um membro, com 8,93% dos votos; tal como na Junta de Albergaria-a-Velha e Valmaior, com 7,26% dos votos.
Há quatro anos, o Partido Socialista tinha apenas representação em Angeja, que é agora composta por apenas duas forças partidárias: coligação PSD/IL com 5 eleitos e 4 membros pelo movimento independente ‘Unidos por Angeja’, liderado por António Almeida, presidente da Junta de Freguesia de 2005 a 2017, na altura, candidato pelo PSD.
O PS mantém igualmente o membro único na Assembleia Municipal, lugar que passou de Ruas Mendes para Carlota Henriqueta Meirinhos. “Os resultados ficam sempre aquém das expectativas: aumentámos a nossa representatividade, mas não ganhámos as eleições”, sintetizou Firmino Ruas Mendes, em declarações ao Jornal de Albergaria.
Estreia em autárquicas
O Chega entrou pela primeira vez nos órgãos autárquicos de Albergaria-a-Velha, sendo a terceira força política mais votada no concelho e com 1 eleito para a Assembleia Municipal e 1 membro na Assembleia de Freguesia de São João de Loure e Frossos (16,22 % dos votos, correspondente a 278 votos).
Em nota enviada ao Jornal de Albergaria, o partido agradece “a todos os eleitores que confiaram no projeto e nas ideias para o futuro do concelho” apresentadas pelo Chega. “Esta candidatura foi construída com total transparência, lealdade e respeito pela população, sempre com o objetivo de representar o povo e zelar pelo bom uso dos recursos públicos”, lê-se na mesma comunicação.
O partido afirma que irá “continuar a trabalhar em prol da população, defendendo os seus interesses de forma ativa e responsável”. Mesmo sem “condições para exercer uma oposição efetiva ao executivo”, comprometem-se a escrutinar a atuação do mesmo. “Reafirmamos ainda que o CHEGA Albergaria continuará a pautar a sua intervenção pelos princípios e ideais do partido — com determinação, transparência e frontalidade —, sem ignorar realidades que, por vezes, são tratadas de forma tendenciosa nos meios de comunicação”, termina a nota.
“Resultado de resistência”
Libânia Pires, candidata à presidência da Câmara pela CDU e membro da concelhia do PCP em Albergaria, afirmou que os resultados não foram “ideais ou desejáveis” para a coligação PCP/PEV. A coligação não elegeu em nenhum órgão de poder local e foi o partido menos votado em todos.
“Obviamente, não é o resultado que queríamos ou esperávamos. Mas, é importante lembrar o panorama nacional de viragem à direita ou extrema-direita. Foi nesse contexto que conseguimos reforçar, embora com aumento residual, a nossa votação em todas as frentes”, analisou Libânia Pires.
A representante do partido agradeceu o “voto de confiança” feito por todos os que escolheram votar na coligação, afirmando que muitos o terão feito pela primeira vez. “Arrisco-me a dizer que foi a melhor campanha que a CDU alguma vez fez em Albergaria. Foi uma campanha séria e participada, com elementos sem filiação partidária que acreditaram no projeto”, agradeceu Libânia Pires.