Com “botas de biqueira de aço” para percorrer a freguesia, Filomena Freire apresentou-se como candidata do PS à Junta de São João de Loure e Frossos, prometendo ouvir todos e tratar por igual as localidades. Ao lado, Firmino Ruas Mendes reforçou a ideia de proximidade e traçou como prioridades a habitação acessível, a saúde de proximidade e o apoio ao comércio local.
“Vamos dar o nosso melhor. Somo pouco, mas bons a representar o Partido Socialista.” Foi com esta frase que Filomena Freire deu o mote à apresentação da sua candidatura à Junta de Freguesia de São João de Loure e Frossos, pelo Partido Socialista (PS). O encontro decorreu no final da tarde desta sexta-feira, 3 de outubro, no Centro Cultural de São João de Loure, perante uma plateia de sanjoanenses e frossenses, que ouviram as linhas principais do programa eleitoral.
A candidata garantiu que entrou nesta corrida “com humildade, vontade de ouvir e de calçar botas de biqueira de aço para percorrer os caminhos da freguesia”, assumindo que nem todas as localidades lhe são familiares, mas que isso não a demove. “O nosso compromisso é valorizar a identidade local, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer a ligação da Junta à população”, afirmou.
Proximidade, transparência e trabalho em equipa
No centro da sua visão está a criação de grupos de trabalho colaborativos entre a Junta de Freguesia e a comunidade, “para identificar eficazmente as necessidades e construir soluções em conjunto”. Filomena reforçou que quer “as pessoas desta freguesia” tenham um órgão representativo transparente, aberto e próximo: “Quero que o povo me diga o que é preciso e o que querem.”
A candidata apresentou medidas do seu programa como a melhoria da limpeza e manutenção de caminhos e espaços verdes, “um problema recorrente nas assembleias de freguesia”, disse, e a requalificação de espaços emblemáticos, como o Parque da Boca do Carreiro, em Frossos. Propôs ainda transformar o Parque dos Plátanos de São João de Loure num polo de lazer e desporto, com miradouros, observação de aves e até arte urbana.
“Há lugares que as pessoas sentem mais abandonados, como Loure, Pinheiro, Casais, Azenhas e Castelo. São lugares que, segundo os próprios habitantes, a junta de freguesia deixa um pouco mais abandonado. Temos de olhar para todos por igual.” – apontou Filomena, sublinhando a necessidade de equilibrar a atenção entre localidades.
Entre as prioridades, destacou ainda a exigência de melhorias no espaço escolar de São João de Loure, bem como das piscinas, que, segundo a candidata, “mereciam ter um parque de lazer com melhores condições”.
A mobilidade foi também um dos temas em discussão. Filomena reclamou um acordo intermunicipal para criar condições de passagem segura na ponte entre São João de Loure e Eixo, usada diariamente por quem se desloca a pé para apanhar a automotora. Defendeu ainda a criação, “em união de esforço com a freguesia de Angeja”, de uma rotunda na Estrada Nacional 16, junto à Ponte de Angeja, para melhorar o trânsito e facilitar os acessos.
No campo ambiental, propôs a otimização dos resíduos através da recolha seletiva porta a porta e incentivou projetos ecológicos em parceria com instituições locais, como a União Olímpica e o Centro de Educação da Pateira.
No plano cultural e recreativo, Filomena quer dinamizar atividades festivas e culturais em estreita ligação com as associações locais, bem como apoiar os clubes desportivos da freguesia.
Propôs ainda a instalação de bicicletas partilhadas em zonas de lazer reforçando ligações já existentes entre Frossos e Angeja através da utilização da ciclovia.
Quanto à habitação, defendeu a alteração do PDM – Plano Diretor Municipal, para permitir novas construções, de forma a atrair população para a freguesia. “Se queremos mais gente, temos de criar condições.”
Antes de passar a palavra ao “chefe”, Filomena relembrou que vai trabalhar com “uma equipa de pessoas que efetivamente trabalham”, que gostam de São João de Loure e de Frossos e que “estamos cá para efetivamente fazer o nosso melhor”. “São João de Loure e Frossos está doente, portanto votem o Filomena a Presidente”, concluiu.
Câmaras lentas, concelhos pobres
O candidato socialista à Câmara Municipal, Firmino Ruas Mendes, começou por recordar as suas primeiras visitas à freguesia e destacou a importância do contacto próximo com a população.
Firmino recordou que a política autárquica não pode ser feita apenas de programas e documentos, mas de “um trabalho de proximidade, porta a porta, rosto a rosto, com humildade e sem burocracia”. “Muito mais do que me ouvirem, o que vos peço é que cada um passe a palavra. À saída da missa, no café, no trabalho, é assim que as nossas ideias crescem e chegam a todos”, afirmou.
“No que diz respeito ao nosso programa”, a nível concelhio, apresentou algumas das medidas que pretende implementar caso seja eleito. Colocando a habitação acessível como prioridade, as ideias passam pela aposta em cooperativas habitacionais para garantir casas a preços justos e travar o despovoamento. Na área da saúde, diz comprometer-se criar uma unidade móvel de saúde “que percorra todo o concelho, levando consultas e cuidados básicos” a quem tem mais dificuldade de deslocação, sobretudo idosos e pessoas em isolamento.
O candidato à Câmara destacou ainda apoios concretos para a fixação de jovens casais, nomeadamente subsídios ao arrendamento e à reabilitação de habitações degradadas. Para os mais velhos, reforçou a necessidade de programas de combate ao isolamento social, em articulação com coletividades locais, e de mais respostas de proximidade.
No plano económico, Firmino garantiu que vai lutar pela valorização do pequeno comércio e das microempresas, com medidas de apoio direto e simplificação administrativa. “O comércio local é o coração de cada freguesia. Sem ele, perde-se vida, perde-se identidade”, disse.
Antes de terminar o candidato lembrou os presentes que “o movimento autárquico é quem faz, mover o país. Pode-se dispor nos gabinetes dos ministros de decidir uma coisa, mas se as Câmaras não forem célebres a trabalhar, certamente os concelhos serão mais pobres, as freguesias serão mais pobres. É preciso que tenhamos Câmaras e Juntas de Freguesia a trabalhar a sério, sem burocracia, e viradas para o futuro. Viva o PS!”






