GNR dá conselhos práticos para prevenir roubos e burlas

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A pedido da ASIV, mais de 30 utentes assistiram à sessão de informação e esclarecimento da GNR relativa aos perigos que mais afetam a faixa etária. Nunca agir sob pressão e não ter vergonha de fazer denúncias são conselhos chave.

Os agentes da GNR Luís Baeta e Luís Gomes, ambos da Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário, estiveram, esta quinta-feira, na ASIV – Associação Social para Idosos com Vida, para dar dicas aos idosos sobre como prevenir roubos e burlas, a começar “pelo que se aprende na escola primária, mas fica esquecido no calor do momento”.

Como primeiras e mais óbvias recomendações, Luís Gomes listou: trancar portas e janelas ao sair de casa, nunca deixar a chave do lado de fora ou escondida à entrada, dotar a porta da habitação de um óculo que permita ver para o exterior e reforçá-la com uma corrente de segurança.

Impedir a entrada de desconhecidos e/ou pessoas com discurso e atitudes suspeitas é igualmente central, bem como ter sempre à mão o contacto da GNR para pedir auxílio. Caso não seja possível fazer a chamada no momento de aperto, os agentes recomendam ligar para o 112.

Uma casa com sinais de abando ou ausência prolongada dos donos é de evitar. A GNR recomenda que esvazie a caixa de correio com frequência e que avise um vizinho ou conhecido de confiança sempre que for passar uma temporada mais longa que o normal fora de casa – assim, evita igualmente preocupação infundada por parte dos agentes. “Já chegámos a arrombar portas à espera do pior e não estava realmente ninguém em casa”, exemplificou Luís Gomes.

Com a mentira me enganas…

“É mais fácil desconfiarmos de alguém que nos venha pedir dinheiro. Quem quer enganar, faz o contrário: oferecem-nos algo, normalmente, demasiado bom para ser verdade”, alertou o agente Baeta, sobre o funcionamento da maioria das burlas praticadas em território nacional.

O famoso “conto do vigário” tem muitos truques, expostos pelos agentes na sessão de esclarecimento. A manobra mais comum é o uso de uma entidade legítima para dar força e seriedade ao pedido, por exemplo, o detrator apresentar-se como trabalhador de um banco, finanças, correios ou companhia da água ou da luz. “Estes funcionários andam sempre identificados e não pedem dinheiro às pessoas”, frisou Luís Gomes.  

O agente chamou à atenção para histórias que parecem apelativas demais para serem reais, como ofertas inesperadas ou pagamentos a prestações leves; e lembrou o velho ditado “as aparências iludem”, referindo que os burlões tendem a apresentar-se “bem vestidos e bem-falantes, com um discurso estudado e bem trabalhado, que transmite calma e confiança”.

Luís Gomes lembrou ainda que quem tenta enganar aproveita-se do contexto atual para tornar a mentira mais credível – por exemplo, pedindo o pagamento de vacinas durante momentos como a pandemia covid-19. Outra estratégia é apresentarem-se como familiares distantes, que a potencial vítima não veja com frequência e possa não ter na memória.

Fora de portas                                     

As tentativas de burla podem decorrer em casa, na rua, por telemóvel ou online. Para evitar o primeiro caso, a solução mais eficaz é, como disse a GNR, não abrir a porta a desconhecidos.

À distância, os agentes recomendaram “bloquear e denunciar mensagens e chamadas esquisitas”, não fornecer dados bancários para pagamento – os bancos nunca pedem este tipo de informação – e ter atenção a mensagens que imitam a estética e estrutura de entidades oficiais, servindo-se do logotipo da instituição e forma de redação semelhante.

Na rua, a GNR recomendou que os idosos evitem andar na rua sozinhos, não transportem dinheiro ou bens em excesso, tenham sempre a mala fechada e a carreguem do lado oposto à faixa de rodagem, não aceitem ajuda para levantar dinheiro ou fazer pagamentos.

“É muito importante não ter a postura do ‘a mim, não me enganam’. Acontece aos melhores e não é motivo de vergonha. Já basta o mal que aconteceu, não é preciso massacrarmo-nos depois. Quem fez o crime é que deve ter vergonha, não são as vítimas”, conclui o agente Gomes.