3º Aniversário da Residência Montepio de Albergaria com muita música e emoção

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Tambores, marchas populares, música rock e poemas em jeito de dedicatória fizeram a tarde de aniversário da Residência Montepio de Albergaria, num espetáculo em que as estrelas foram os utentes.

Um espetáculo musical interpretado por 15 utentes da Residência Montepio de Albergaria (RMA) compôs a tarde de celebração dos três anos da instituição no concelho, num espetáculo com palco no Cineteatro Alba, que contou a história da RMA e espelhou a visão dos utentes e colaboradores sobre a aniversariante – “atitudes amigas” e “famílias de verdade”, como leram os artistas a partir de poemas escritos pelos próprios. Na audiência, entre as cerca de 300 pessoas, estiveram 50 utentes da RMA.

“O que queremos é mostrar que a Residência Montepio é algo transferível para a comunidade. Queremos abrir as portas e desmistificar o ato de cuidar. Já passaram pela RMA quase duas mil pessoas e sentimos que é importante dar a conhecer o nosso trabalho”, comenta Paulo Alberto, diretor da RMA, ao Jornal de Albergaria (JA).

A Residência abriu portas a 27 de abril de 2020, num momento em que a tendência era fechá-las. Entre os desafios inerentes ao período pandémico, a RMA foi uma das duas residências a aceitar casos positivos de covid-19 em toda a Região Centro, enquanto desenvolvia novas técnicas de cuidado e recreio com os restantes utentes, como relatava o vídeo projetado no início do espetáculo. “O que parecia impossível, tornou-se realidade”, via-se no ecrã, seguido da menção às “1800 vidas, 1800 histórias” que por ali passaram em três anos de existência – “vidas que tocámos e que nos tocam”, lia-se.

Efemérides ao estilo RMA

Os momentos musicais começaram com Amor, uma canção original RMA composta por retalhos de frases escritas pelos utentes porque, como explicava o apresentador do espetáculo, Vítor Mouzinho, nem todas as histórias precisam de um princípio, meio e fim; algumas são tão aleatórias como a vida. “O amor traz-nos paz e de tudo somos capaz” fazia o refrão do tema, já conhecido por alguns membros da audiência.

Seguiu-se o tempo quente que se adivinha e a antecipação dos Santos Populares, com as saias rodadas, os manjericos e a típica sardinhada; como são igualmente celebrados na Residência, ocasião na qual nasceu o tema Cheira Bem, Cheira a Albergaria, com letra adaptada do clássico alfacinha. Para acompanhar os artistas, subiram ao palco colaboradoras da Residência vestidas a rigor, com trajes dos Santos feitos em conjunto com os utentes.

Dos Queen ao “Malhão”

A banda Pernetas e Marretas do Rock, “uma prova de que não são as nossas limitações que nos definem”, apresentava Vítor Mouzinho, trouxe ao palco do Alba a We Will Rock You dos Queen, com as baquetas de madeira a ritmar nos baldes de plástico com a insígnia da banda. Do rock ao popular, a utente Deolinda Nunes começa, a solo, “Ó malhão, malhão” e seguem-se as três palmas, um momento que termina com clássico Canta, Amigo Canta e a brasileira Amigo, ambas acompanhadas pelo público.

De dezembro a fevereiro, as cantoras e cantores tiveram ainda genica para avançar até ao Natal e recordar o Dia dos Namorados. A época festiva na RMA é assinalada com Pai Natal, iluminações, eucaristia e troca de prendas – uma celebração homenageada na letra adaptada da natalícia A Todos um Bom Natal. A melodia de “Conquistador” dos Da Vinci deu ritmo a mais uma letra original, desta vez, dedicada às cartas de amizade escritas no Dia de São Valentim, enviadas pelo Correio da Ternura – “Hoje estou aqui para te dizer ‘eu gosto de ti’”, era o refrão, rapidamente memorizado e replicado pelo público.

Luzes de esperança e confiança

A atuação de despedida juntou aos utentes em palco todos os colaboradores que se encontravam na audiência. A pedido de Ana Catarina Silva e Daniela Mendes, dinamizadoras de todo o espetáculo, o Cineteatro encheu-se de pontos luminosos formados pelas lanternas dos telemóveis do público, para acompanhar RMA tu és Demais, com melodia da Hey Jude dos The Beatles, acompanhado igualmente pela voz dos espectadores.

“A nossa Residência surgiu num contexto muito complexo e único no país e temos a agradecer ao Município e ao Grupo Montepio pelo apoio. Há tantas entidades públicas e anônimas a quem quero agradecer, mas o mais importante é que fique a sensação daquele abraço fraterno que é o que sinto por vos ter aqui hoje”, agradece Paulo Alberto. “Queremos ser os braços que cuidam e o coração que acolhe. Vamos caminhando e juntos somos RMA”, termina o diretor.

Catarina Mendes, vereadora da Ação Social, realça a importância do trabalho em rede com os vários setores da sociedade como prioridade do Município, realçando, em particular, a qualidade do serviço da RMA. “O nosso foco é sempre no utente e ele pode estar quer no setor público, privado ou social, daí ser muito importante esta articulação”, comenta ao JA.