O plano de vacinação contra a Covid-19 para o território português foi dado a conhecer esta quinta-feira. A estratégia de distribuição da vacina baseia-se em três fases de trabalho que têm como objetivo abranger toda a população residente em Portugal.
As primeiras vacinas contra a Covid-19, em Portugal, deverão ser administradas entre janeiro a fevereiro para os grupos de risco. A restante população deverá contar receber a sua dose a partir de julho.
Na primeira fase, que prevê abranger cerca de 950 mil pessoas, vão estar indivíduos com 50 ou mais anos com patologias (ver quadro), profissionais e residentes em lares, instituições similares ou unidades de cuidados continuados, profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes bem como profissionais das forças armadas, de segurança e serviços críticos.
Nas previsões do Governo, espera-se que este grupo esteja totalmente vacinado até março, no entanto, caso existam problemas de distribuição da vacina, o prazo poderá ser alargado até abril.
As pessoas com 65 ou mais anos com ou sem patologias ou pessoas entre os 50 e os 64 anos com patologias (ver quadro) estarão incluídas na segunda fase do plano. No total, serão cerca de 2,7 milhões de pessoas abrangidas nesta fase que deverá avançar a partir de julho.
A restante população, residente em Portugal, terá de esperar para terceira fase.
Apesar do plano delineado, o responsável pela equipa de trabalho que delineou a estratégia, Francisco Ramos, salienta que estes grupos podem sofrer alterações conforme o “ritmo de abastecimento” da vacina.
Onde e como receber a vacina?
De acordo com as informações do plano de vacinação, a identificação das pessoas dos grupos prioritários será realizada localmente, através da utilização de sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, caso necessário, através da colaboração de serviços externos ao SNS. No âmbito das instituições, a identificação ficará a cargo da entidade gestora ou empregadora.
A vacinação será realizada maioritariamente nos estabelecimentos do SNS, num total de 1200 pontos em todo o país, com equipas especializadas na administração desta nova vacina. No entanto, todas as vacinas terão de ter marcação prévia.
No caso dos profissionais de saúde e utentes, a vacinação deverá ocorrer nos respetivos estabelecimentos.
O utente terá custos? É obrigatório?
Não. Segundo os princípios orientadores do plano de vacinação a vacina será gratuita para o utilizador, de carácter facultativo e de acesso universal.
A vacina terá mais do que uma dose?
Sim. A previsão é que todas as vacinas adquiridas sejam administradas em multidose. Pelo que, para aproveitar ao máximo a sua eficácia, é aconselhado uma organização rigorosa da vacinação e da marcação prévia.
Quais vão ser as vacinas?
Portugal tem previsto receber cerca de 22,8 milhões de doses, o que se traduz num investimento entre os 180 a 220 milhões de euros. As vacinas vão ser entregues de forma faseada (ver quadro) pelas seis empresas com quem estão estabelecidos acordos (BioNTech/Pfizer, Moderna, Astrazeneca, Curevac, Janssen, Sanofi/GSK).
