Branca aprova Orçamento entre elogios ao Natal e espírito democrático

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Os planos para 2024-25, palavras de apoio às iniciativas natalícias da autarquia, o fecho das passagens de nível e a toponímia dos lugares marcaram a Assembleia de Freguesia da Branca, que decorreu na noite de quarta-feira.

Foto: Junta de Freguesia da Branca 2022

A última Assembleia de Freguesia do ano, na passada noite, dia 6 de dezembro, na Junta de Freguesia da Branca, aprovou o Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos com oito votos a favor dos elementos do CDS e uma abstenção do PSD. Já o Mapa de Pessoal foi aprovado por unanimidade pelos nove membros da Assembleia branquense.

Jorge Almeida (CDS) começou o debate a questionar o presidente da Junta, Carlos Coelho, sobre as obras na piscina municipal da Branca, as passagens de nível com previsão de encerramento pela Infraestruturas de Portugal (IP) e qual o ponto de situação sobre as lombas pedidas à Câmara Municipal para a freguesia.

Carlos Coelho, como mencionado em sessão anterior, reforçou que as obras na piscina “iniciaram em setembro e ficaram concluídas antes do prazo previsto”, o que permitiu adiantar a reabertura do equipamento municipal de janeiro para dezembro.

Em relação às passagens de nível, o presidente da Junta de Freguesia esclarece que este se trata de um projeto da IP em curso desde 2004 e que “vai mesmo avançar” tendo sido alocados cinco milhões de euros para a intervenção na Linha do Vouga, especificamente na ligação entre Oliveira de Azeméis e Serenada. “Quero acreditar que as propostas que enviámos foram consideradas. As passagens de nível que vão ser fechadas vão ter alternativa. Ninguém vai ficar sem acesso às casas”, tranquiliza.

Fora do controlo da Junta, mas por si requerido, está igualmente o pedido da autarquia para a colocação de lombas em 64 ruas da freguesia. “Sabemos que existe verba no orçamento municipal para realizar parcialmente este pedido. Sabemos que não vão ser as 64. Quando escrevi o email para a Câmara demonstrei-me disponível para discutir cada rua individualmente porque cada caso é um caso – por exemplo, em algumas situações uma rotunda pode ser uma solução alternativa”, detalha.

“É mesmo para realizar neste mandato?”

Hélder Dias, único membro eleito do PSD, demonstrou preocupação com o desequilíbrio que vê entre os ambiciosos e numeroso planos do executivo local e o tempo que resta para terminar o mandato. “Estamos a meio do mandato e o tempo começa a ser curto para fazer certas coisas. A piscina ao ar livre, o bar, a pump track… é mesmo para realizar neste mandato?”, lança.

Na mesma linha, o elemento da oposição questiona como estão a correr os trabalhos de toponímia na freguesia, um projeto que diz ter começado em 2021 “e parece-me que já andou com outro gás”, diz, questionando que lugares estão já identificados.

“Não fujo nem fugirei às minhas responsabilidades, é algo que posso garantir-lhe a si e a todos os que me apoiaram neste projeto”, responde Carlos Coelho, sem entrar em pormenores sobre nenhum dos projetos mencionados pelo social-democrata. Sobre a toponímia detalhou que o trabalho está a ser feito do “exterior para o centro da freguesia” e que até ao final de 2024 conta ter o projeto concluído, incluindo pontos que não constavam no plano inicial – um lapso pelo qual lamenta, “não devia ter acontecido”.

No campo da identificação de locais, Hélder Dias expressou desagrado pela colocação das setas coloridas, junto às letras onde se lê “Vila da Branca”, que sinalizam os lugares da freguesia. “Pessoalmente, não consigo entender o sentido daquilo. A dimensão é excessiva e é um sítio onde já existe muita coisa. Não compreendo a finalidade de ter setas a apontar para lugares que, quando lá chegamos, não estão sinalizados”, diz. Carlos Coelho afirma tratarem-se simplesmente de placas sinalizadoras e Marisa Almeida (CDS) defende a opção da Junta “por ser ali um lugar estratégico, que chama à atenção” e por dar a conhecer “muitos lugares que muita gente pode não conhecer, especialmente os mais novos”.

Elogio ao Natal

Os Branquinhos – troncos de árvore decorados pelas escolas do primeiro ciclo e jardins de infância locais, que dão agora as boas-vindas a quem passa pela Junta de Freguesia – o posto de correio para enviar cartas ao Pai Natal, a visita do alegre barbudo, as iluminações festivas e o Circo de Natal foram louvados por todos os elementos da Assembleia.

O reaproveitamento de contentores e madeira para a construção de mesas e bancos para a zona desportiva da Branca foi igualmente parabenizado, bem como o “brio e profissionalismo” dos trabalhadores e trabalhadoras da Junta, um destaque feito por Jorge Almeida.

Carlos Coelho agradece o reconhecimento e demonstra orgulho no programa, aplicado pela Junta, de empregabilidade destinado a desempregados de longa duração com baixos rendimentos. “Muito mais importante do que a produtividade é a reinserção na sociedade, todo o ser humano merece uma segunda ou terceira ou quarta oportunidades”, frisa.

Sobre o Natal, o presidente da Junta responde às palavras dos colegas lembrando que apostar nesta época é uma forma de valorizar as crianças da freguesia. “Desde que estamos aqui que investimos nas nossas crianças – o futuro da freguesia, do concelho e do país. É também a minha obrigação como autarca alimentar esta magia do Natal nos mais novos”, advoga.

Numa nota mais prática, o autarca pede que os adultos que acompanham as crianças ao posto de cartas ao Pai Natal se certifiquem de que a morada de residência está incluída na mensagem, de forma correta e completa – só deste modo será possível responder às crianças da freguesia.

Pesar, felicitação e louvor

A sessão arrancou, antes do debate, com votos de pesar, felicitação e louvor – todos aprovados por unanimidade. O primeiro endereçado a António da Silva Ferreira, falecido na madrugada de 30 de outubro. O empresário foi lembrado como um homem de trabalho que começou a laborar aos nove anos e se tornou num dos mais reconhecidos empresários locais. Foi fundador da Transbranca e Petrobranca e desempenhou um importante papel social e de envolvimento com a comunidade, lembrado, por exemplo, nos prémios de mérito escolar de Português e Matemática que apadrinhou e entregou durante largos anos.

O voto de felicitação parabenizou Gonçalo Melo por ter, em novembro, tomado posse como novo Adjunto de Comando dos Bombeiros de Albergaria, após 28 anos de serviço como voluntário e professor de profissão. O jornal escolar Escrita Irrequieta mereceu um voto de louvor pela vitória como Melhor Jornal de Agrupamento, no Concurso Nacional de Jornais Escolares 2022/23, promovido pelo PÚBLICO na Escola, projeto de literacia mediática do Jornal Público.

A Assembleia fechou com votos de um “feliz e santo Natal” com aposta e cuidado com a Saúde, uma mensagem de Milton Lopes Silva, presidente da Assembleia de Freguesia. Carlos Coelho despede-se com um pedido. “Saibamos ouvir o que o mundo nos está a dizer. Que se acabem as guerras o mais urgente possível. Que sejamos pessoas melhores hoje do que éramos ontem”, deseja.