Fotos: DR
Começou o Mundial 2022, sedeado no Qatar. A rúbrica “Caderneta de Cromos” é um diário que o Jornal de Albergaria vai fazer para acompanhar as aventuras futebolísticas naquele estado do Golfo Pérsico, até o dia 18 de dezembro, dia em que se conhece o novo campeão mundial.
Envolvido em muita polémica, desde a atribuição do Campeonato do Mundo a um país sem cultura futebolística e com muitos interesses político-económicos, às problemáticas relacionadas com os direitos humanos e direitos dos trabalhadores (milhares de trabalhadores morreram na construção dos vários estádios que vão receber os jogos), a maior competição de futebol de seleções do mundo ia mesmo acontecer no pequeno país da Península Arábica.
No estádio Al Bayt, com o Mundo inteiro de olhos postos, a cerimónia de abertura oficial do Mundial 2022 decorreu em pouco mais de meia hora. Morgan Freeman foi o escolhido para um momento mais humano a contracenar com um cidadão catari com debilidade física, e este foi o mote para a festa inaugural da competição. Depois da entrada das bandeiras das 32 nações representadas neste mundial, a organização foi buscar as mascotes e músicas dos mundiais anteriores, para apresentar a mascote de 2022 “Laa’eeb”.
Após a cerimónia, o estádio recebia as duas equipas que iam começar a competição. O primeiro de 64 jogos a disputar até ao próximo dia 18 de dezembro. De um lado o país organizador e anfitrião, Qatar. Do outro, um país sul-americano, o Equador. O jogo começou imediatamente com o golo do Equador, aos dois minutos. Porém, revisto no VAR, o golo seria anulado por fora-de-jogo. Valência ia mesmo marcar por duas vezes, legalmente, e dar a vitória à nação do Equador. O Qatar revelou ser uma das seleções mais fracas da competição, num jogo em que nem sequer realizou um remate à baliza. Foi, de resto, a primeira vez que o país anfitrião do Mundial perdeu o jogo inaugural.
Concluído o primeiro dia de Mundial, amanhã, dia 21 de novembro, acontecem três jogos: a conclusão da primeira jornada do grupo A com o Senegal x Países Baixos, e os dois jogos do grupo B, Inglaterra x Irão e Estados Unidos da América x País de Gales.
Era uma vez… o Mundial | O jogo com duas partes… e bolas
O capítulo “Era uma vez… o Mundial” tenta contar curiosidades e recordar memórias dos Mundiais passados. Todos os dias uma curiosidade/história diferente.
O Uruguai foi o primeiro anfitrião e campeão do mundo, em 1930. Na condição de bicampeão olímpico (Jogos Olímpicos 1924 e 1928), foi-lhe atribuída por mérito a organização do primeiro Campeonato do Mundo de Seleções.
Numa competição onde participaram 13 seleções (Egito recusou à última da hora) convidadas pela FIFA: Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Estados Unidos, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Bélgica, França, Roménia e Jugoslávia. É o único Mundial a ser disputado apenas numa cidade: Montevideu.
Na grande final, que opôs a equipa anfitriã e a Argentina, o começo do jogo atrasou-se porque havia uma disputa entre ambas as equipas que queriam ir a jogo com a sua bola. Para agradar a uruguaios e a argentinos, a primeira parte jogou-se com a bola argentina (2-1 para a Argentina era o resultado ao intervalo) e na segunda parte com a bola uruguaia (4-2 para o Uruguai no final do encontro). Se a bola teve influência não se sabe, mas é certo que o Uruguai confirmou ser a melhor equipa do mundo na década de 20, e estreava uma nova competição a ser o grande vencedor.