Unidos de Valmaior comemoram 5.º aniversário com homenagem ao fundador

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O 5.º Aniversário da Associação de Carnaval Unidos de Valmaior está a ser festejado, na sua atual sede, antiga fábrica de papel, com um programa aberto à população, que presta homenagem ao fundador, Hélder Bastos, o qual, em 2018, fez “renascer das cinzas” a coletividade, e continua a participar ativamente. O tributo materializa-se numa exposição de trabalhos de pintura e poemas da autoria do homenageado. A celebração terminará com o apagar das velas do bolo de aniversário, num momento restrito aos elementos da Associação.

Neste dia de festa, recorda-se o passado, louva-se o presente e fazem-se votos para o futuro, prevalecendo o sentimento de satisfação e confiança.

Foi em 1990 que a coletividade arrancou como grupo apeado, por iniciativa de Hélder Bastos. Cinco anos depois, o Carnaval de Albergaria terminou e o grupo só voltaria a desfilar em 2017, ressurgindo, como Associação, em 2018.

“Estávamos uns quatro ou cinco elementos do antigo grupo, numa festa, quando o Sr. Hélder Bastos perguntou: ‘E que tal irmos buscar os nossos instrumentos?’. Assim foi, fizemos uma batucada e isso motivou-nos para renascermos das cinzas”, recorda Rui Santos.

“O ‘bichinho’ ficou, por isso, chamámos os antigos elementos e refundámos os Unidos de Valmaior”, diz Hélder Bastos.

No primeiro ano, desfilaram na Avenida com 60 elementos e hoje já vão em 114. “Somos o grupo com mais participantes, todos eles sócios”, frisa Victor Loureiro, presidente da Assembleia Geral.

Hélder Bastos, antes, fazia parte da bateria. Hoje, continua a desfilar e a somar boas memórias.  “Até me vieram as lágrimas aos olhos, quando no último Carnaval, fomos desfilar a Campia, Vouzela. Eu ia em cima de um dos carros alegóricos e pude ver o sorriso de satisfação das pessoas que nos viam passar. Foi muito comovente”, conta com um brilho nos olhos.

Sempre a crescer

“Como o próprio nome indica, somos um grupo muito unido, e estamos sempre a crescer, com os pés a terra, mas em linha com os nossas ideias”, afirma Victor Loureiro.

Rui Santos salienta a qualidade da equipa, elogiando todos os elementos, em particular a vice-presidente, Shirley Rodrigues, filha do fundador, que tem uma forte ligação afetiva ao grupo.

Hélder Bastos, por sua vez, realça o espírito “entusiasta, inovador e conciliador” do atual presidente da direção, e não duvida que “o futuro da associação está bem entregue”.

Já a pensar nos “Jogos Olímpicos”

Os Unidos de Valmaior estão já a trabalhar para o desfile de 2024, que terá como tema os Jogos Olímpicos. Antes disso, irão promover, em julho, o Carnaval do Rio, que, na última edição, contou com 2500 pessoas a assistir e cerca de 60 a desfilar nas água do Caima. Em outubro, terá lugar a sua tradicional Caminhada de Halloween, com diversos pontos de surpresa ao longo do percurso, os quais contam com 90 animadores. Esta iniciativa começou com 400 caminhantes e chegou aos mil, em 2022.

Jorge Lemos aplaude revitalização da fábrica de papel

A festa de aniversário teve a visita de Jorge Lemos, presidente da Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior. “Estão de parabéns pela atividade que têm desenvolvido, é um grupo muito dinâmico, que não se limita ao desfile de Carnaval. Podem sempre contar com a Junta e Freguesia”, salientou o autarca.

Jorge Lemos manifestou também o seu apreço pela exposição de homenagem a Hélder Bastos, não só por aquilo que representa, mas também por ser uma forma de revitalizar as paredes da antiga fábrica de papel, “que todos desejamos que venha a ter um futuro melhor”.

Desde 2022, a Associação está sedeada no que resta da fábrica de papel de Valmaior, através de um protocolo com o Centro Social e Paroquial de Santa Eulália.

Poesia e figuras carismáticas

Quanto à exposição de pintura, Hélder Bastos, acompanhado dos irmãos, Maria Helena e Américo, chama atenção para o retrato de seu Avô, João Inácio da Silva – com a alcunha de João Paciência -, do qual os netos contam histórias deliciosas, que nos remetem para uma vivência simples mas rica de sabedoria e exemplo de vida.

A exposição inclui muitos outros retratos de figuras carismáticas de Valmaior, como Manuel do Canto, fogueteiro, Nelson da Eira (já falecido) e Luís Rasteiro (pescador do rio). Uma exposição que dá a conhecer o património humano com que Hélder Bastos se tem cruzado no caminho. Caminho, este, que lhe inspirou um poema:

“A caminhada já vai longa/ E não vale olhar pra trás/ O sol já não é Norte/ Nem o vento companheiro/ Foi sempre incerto o momento/ Mas a certeza existe/ Pode o rumo ser outro / Mas o caminho foi este”.