Após o alerta, realizado esta quinta-feira, pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para a possibilidade de existirem produtos alimentares no mercado nacional com goma de alfarroba contaminada com um pesticida cancerígeno, as autoridades portuguesas identificaram e retiraram de circulação gelados e queijos de barrar produzidos com lotes deste aditivo alimentar E410 contaminado com óxido etileno.
Em comunicado, a DGAV explica que o “óxido etileno é um pesticida não autorizado, e constitui um risco grave para a saúde humana, uma vez que está classificado como mutagénico da categoria 1B, cancerígeno da categoria 1B e tóxico para a reprodução da categoria 1B“. Face a este cenário, a entidade esclarece não ser “possível definir um nível seguro de exposição para os consumidores, o que significa que a exposição a qualquer teor representa um potencial risco“.
Tendo em conta que a goma de alfarroba é um aditivo autorizado em diversos alimentos como estabilizante ou espessante, a diretora de Serviços de Nutrição e Alimentação da DGAV, Ana Paula Bico, em declarações à Lusa, aconselha os consumidores a verificarem a lista de ingredientes dos produtos. Caso sejam indicados os aditivos ‘goma de alfarroba’ ou o número ‘E410’, deve contactar os locais de compra para mais esclarecimentos.
A responsável garante que os operadores estão a “colaborar ativamente” e salienta que “nem toda a goma de alfarroba está contaminada“.
Segundo as informações prestadas, estão a ser recebidas informações por toda a Europa sobre os lotes contaminados para se proceder à retirada dos produtos do mercado. Um processo que deverá levar entre dois a três dias.