MP acusa Fernando Valente de matar e esconder grávida da Murtosa

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O suspeito é acusado da prática dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa. A notícia do desaparecimento de Mónica Silva data de outubro de 2023.

A mais recente atualização do caso de Mónica Silva, natural da Murtosa que estava grávida de sete meses e que desapareceu sem deixar rasto a 3 de outubro de 2023, aponta para Fernando Valente como suspeito de matar a vítima.

Segundo o despacho de acusação do MP da Comarca de Aveiro (secção de Estarreja), datado de 4 de novembro, durante cerca de um ano, o arguido e a vítima mantiveram uma relação íntima, que o suspeito tentou sempre manter em segredo, fruto da qual Mónica Silva engravidou.

“Já com 7 meses de gestação, no dia 29 de setembro de 2023, a vítima comunicou ao arguido esse seu estado e este, por forma a evitar que lhe viesse a ser imputada a paternidade e beneficiassem do seu património, o arguido decidiu matar a vítima e o feto que esta gerava; para isso, engendrou um plano que incluiu desfazer-se do seu corpo e do feto, eliminar contactos que o relacionassem com aquela e com os vestígios da sua morte, e de desviar de si quaisquer suspeitas dos crimes”, acrescentou o MP.

Nos dias seguintes, o arguido efetuou pesquisas sobre como eliminar das redes sociais as conversas mantidas com a vítima, adquiriu um cartão SIM pré-pago que passou a usar num telemóvel antigo e sem ligação à internet. Já com esse dispositivo, o arguido combinou encontrar-se com a vítima para o dia 3 de outubro de 2023.

O crime terá acontecido nessa noite no apartamento de Fernando Valente na Torreira onde está acusado de ter matado “a vítima e o feto que se encontrava a gerar”, como diz o despacho. Durante a madrugada e nos dias seguintes, o arguido “desfez-se do corpo da vítima, levando-o para parte incerta, escondendo-o e impedindo que fosse encontrado”.

O MP acrescenta que o suspeito se desfez de todos os pertences da vítima, “bem como, de um tapete da sala do apartamento; procedeu a operações de limpeza profundas no interior do apartamento e nas zonas comuns (caso que nunca sucedera anteriormente); por diversas vezes, comunicou-se com familiares da vítima negando qualquer encontro com a mesma”. O MP deduziu pedido de indemnização contra o arguido, no montante global de 200 mil euros para ressarcimento dos danos causados aos filhos da vítima.

Fontes: Notícias de Aveiro e Jornal de Notícias