Em pleno Estado de Emergência, as autoridades permitiram celebrações em público, contrariando o determinado por decreto. Tudo celebrações da Esquerda dissimulada. Os restantes portugueses continuaram obrigados a permanecer em casa, longe da família. Parece que somos todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros.
Os tempos que vivemos não são fáceis. Em Portugal e no Mundo o modo de viver mudou radicalmente. Não podemos reunir a família e os amigos, pois o perigo de contágio é ainda uma realidade, pese embora os números em Portugal estejam em rota decrescente.
O Estado de Emergência terminou no domingo e logo começou o de Calamidade – uma discussão jurídica muito interessante de se ter. Entramos agora numa nova fase em que começamos a voltar, aos poucos, à rua, ao trabalho, à rotina.
Os portugueses estão de parabéns. Mostraram que são resilientes e unidos quando se trata do bem comum. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer de alguns dirigentes políticos e nacionais.
Tivemos primeiro as celebrações do 25 de Abril que, pese embora a importância desta data para a História de Portugal, mais não foi do que um desrespeito pelos cidadãos que foram impedidos de celebrar a Páscoa com as suas famílias ou que não puderam despedir-se dos entes queridos que partiram.
Uma semana depois nova afronta ao povo. Nos mesmos dias em que se proibiu os portugueses de viajarem entre concelhos – retirando-lhes o direito de visitarem as suas mães no Dia da Mãe – a CGTP organizou comemorações do 1º de Maio, atribuindo autorizações para que os seus sindicalistas pudessem viajar entre municípios. As imagens que vimos foram desconcertantes para os milhões de portugueses cansados de serem injustiçados.
Estas situações levam-me a acreditar que a liberdade, tão aclamada pela Esquerda, não é para todos. Onde é que fica então a igualdade? Apenas quando e a quem lhes interessa, esta é a verdade.
Estas celebrações foram absurdas, mas serviram para mostrar a faceta real desta Esquerda mais interessada em manter os seus militantes contentes, dizendo-lhes aquilo que querem ouvir, do que em zelar pela sua saúde e da população em geral.
Não, não aceito que o nosso país esteja na mão destes irresponsáveis. Este regime está cansado e já não é capaz de dar ao povo o que ele merece; é incapaz de cumprir a sua função e, por isso, está na hora de começar um novo.
Numa só década, esta é a segunda crise que o nosso povo enfrenta e, nas duas, o país estava impreparado por culpa dos governos que têm gerido Portugal, preocupados somente em fazer promessas eleitorais para conquistar o poder. Uma vez chegados a São Bento limitam-se a acenar contentes, a dar o que o país tem e o que não tem, esquecendo-se de levar a cabo uma verdadeira reforma do sistema económico e judicial que permita ao país desenvolver-se. E porquê? Porque é preciso andar de mãos dadas com o sistema estabelecido ou não há reeleição.
Os portugueses merecem mais e anseiam por uma vida na qual não têm que viver temerosos pelo futuro. Essa mudança só será possível quando implementarmos a IV República: um sistema presidencialista que torne a governação mais clara e transparente; que permita combater a corrupção de colarinho branco que é um cancro cujas metástases estão em todos os sectores da sociedade.
Os portugueses precisam de uma mudança e eram estas as palavras que deveriam ter sido proferidas neste 1º de Maio, ao invés do discurso retrógrado, rudimentar e calculista que ouvimos; um discurso que deixou de lado a nova forma de escravidão a que o nosso povo está sujeito em pleno século XXI com o trabalho a sobrepor-se à vida familiar e com os nossos licenciados, mestres e doutorados a sair do país por falta de oportunidades.
Portugal devia, e podia, ser o farol da Europa. Mas ao invés, os sucessivos governos apenas nos têm atirado sempre e cada vez mais para a cauda do continente.
Chega!