Dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

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O Dia 10 de Junho, devido à sua enorme importância, todos os anos me traz um misto de sentimentos.
Por um lado, sinto uma tris­teza tão profunda quanto a vontade de recordar todas as atrocidades que ao longo da História foram acontecendo e que, de uma forma direta ou indireta, acabaram por moldar a forma como vivemos nos dias de hoje e que, certamente, in­fluenciarão o nosso futuro.
Nos dias de hoje, a memória é a arma mais forte que pos­suímos de forma a evitarmos repetir os erros que já foram cometidos no passado. Para tal, não devemos tentar cla­rear, modificar ou até deturpar a Nossa História e esconder os seus períodos mais obscu­ros. Devemos manter essas memórias o mais vivas possí­vel de forma a conseguirmos realmente aprender com esses erros.
É, portanto, imperativo ho­menagear todos aqueles que lutaram pela liberdade indivi­dual e coletiva, independente­mente de Ideologias Políticas, Credos ou Raças!
Devemos, apenas, ser into­lerantes face à intolerância e à insensatez, devemos criticar e condenar veementemente to­das as figuras que, pelo Mun­do, ao longo da História, mais contribuíram para a degrada­ção do Mundo e das Liberda­des Individuais e Coletivas de cada Pessoa. Devemos conde­nar várias das figuras de ex­trema-esquerda, com enfoque para Estaline, Lenine ou Hitler, e de figuras de extrema-direita, como a figura que mais abalou Portugal no que diz respeito à Ditadura – António de Olivei­ra Salazar.
Por outro lado, sinto uma alegria tão grande quanto a vontade que tenho de festejar este dia e de recordar muitas das personagens que ao longo dos anos contribuíram para que este Nosso Portugal rea­lizasse todos os feitos no seu passado e que, ainda hoje, mar­cam a nossa vida.
Recordemos, então, Viriato, o chefe d’«a mais poderosa das Nações de Hispânia, a que, en­tre todas, por mais tempo dete­ve as armas romanas», segun­do Estrabão. Viriato e as suas tropas foram os responsáveis pela proclamação da tão famo­sa afirmação «Há, nos confins da Ibéria, um povo que não se governa nem se deixa gover­nar», atribuída ao Imperador Júlio César.
Recordemos D. Afonso Hen­riques, O Conquistador, que durante toda a sua vida lutou incansavelmente pelo reco­nhecimento de Portugal como Reino, chegando mesmo a derrotar a mãe naquela que fi­cou conhecida como a Batalha de São Mamede, e que serviu exatamente para salvaguardar a independência de Portugal face a Espanha.
Recordemos Brites de Almei­da, a tão conhecida Padeira de Aljubarrota, que de forma he­róica e incansável, lutou pela Independência de Portugal, enfrentando e matando pelo menos 7 soldados Espanhóis de uma vez, munida unica­mente da sua pá, de acordo com a Lenda.
Recordemos o Infante D. Henrique, O Navegador, figu­ra importantíssima na His­tória de Portugal e do Mundo devido ao seu papel enquanto impulsionador da campanha dos Descobrimentos, enquanto organizador da Campanha que levou à conquista de Ceuta e da expedição através da qual se atravessou o Cabo Bojador pela primeira vez e pela descoberta dos Arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Recordemos Luís Vaz de Ca­mões, um dos maiores poetas portugueses de sempre, que, através da sua obra Os Lusía­das, enalteceu para sempre os grandes feitos dos marinheiros portugueses durante a desco­berta do caminho marítimo para a Índia.
Recordemos o cônsul Aris­tides de Sousa Mendes que, em plena Segunda Guerra Mundial, rebelou-se contra as ordens emitidas por Salazar e conseguir salvar cerca de 30.000 refugiados do terror nazi vivido em grande parte da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. («A Bélgica tem uma dívida de reconhe­cimento ela memória deste homem excecional que teve a coragem de desobedecer à sua hierarquia por razões huma­nitárias», Barão de Vleeschau­wer, Embaixador da Bélgica).
Recordemos, ainda, todos aqueles que sacrificaram a sua vida pessoal e estiveram na linha da frente do combate e da prevenção do COVID-19. Ficará, certamente, para a his­tória todo o trabalho que estas pessoas tiveram nesta altura tão crítica da nossa atualida­de. Espero que este período faça os atuais decisores políti­cos pensarem verdadeiramente nas fragilidades do nosso atual Sistema Nacional de Saúde. No meio de tanta catástrofe, pode ser que algo positivo venha ao de cima.
Como já referi, o dia de hoje gera-me um misto de senti­mentos.