Sandra Fernandes, atual Presidente do Clube Desportivo de Campinho, fez um balanço da época 2019/2020. Salientou as dificuldades sentidas ao longo de toda a época e lamentou que diversas atividades tenham ficado por concretizar este ano devido à pandemia que atingiu o país e o mundo. Fez ainda uma retrospetiva da época que se avizinha.
O que são pessoas coletivas de utilidade pública?
São pessoas coletivas privadas sem fins lucrativos (associações, fundações ou certas cooperativas) que prossigam fins de interesse geral em cooperação com a Administração central ou local em termos de merecerem da parte da Administração a declaração de utilidade pública.
Face àcovid-19 foram várias iniciativas organizadas pelo Clube Desportivo de Campinho que adiadas este ano. É de salientar o 38º Grande Prémio de Atletismo uma das mais clássicas e respeitadas provas de estrada aveirense que todos os anos junta centenas de atletas de vários escalões. Inicialmente agendado para dia 22 de março, o evento foi adiado para 6 de setembro.
De forma semelhante, a 38ª Caravana Cicloturística à Torreira foi cancelada, uma medida que a direção do CD Campinho considera “prudente especialmente dada a incerteza de propagação do vírus e das suas consequência”, mas também “triste”.
Ainda assim, fica a esperança de melhores dias. “Se tudo correr bem, encontramo-nos para o ano, para dar continuidade a um evento importante para o clube e certamente para todos os albergarienses”.
Declaração de Utilidade Pública
Mas nem tudo são más notícias! No início deste mês, nomeadamente a 1 de junho, o CD Campinho foi merecedor da declaração de utilidade pública.
“Para além de participar em diversos eventos desportivos, de âmbito local, regional ou nacional, organizados por outras entidades, também organiza várias provas desportivas ao longo do ano. Tem dado especial ênfase à vertente formativa da atividade desportiva. Coopera com diversas entidades, em especial com a administração local, na prossecução dos seus fins”, pode ler-se no despacho publicado em Diário da República (Despacho n.º 5943/2020).
Mas o que muda daqui para a frente?! Sandra Fernandes explica ao Jornal de Albergaria que a declaração de utilidade pública não acarreta qualquer alteração para os sócios e atletas. No entanto, “para o clube e para os patrocinadores oficiais há mudanças, nomeadamente em benefícios fiscais”, afirma.
Já nas redes sociais, pode ler-se que este “é um marco na história do Clube e um motivo de orgulho para todos os associados, atletas, treinadores, patrocinadores e dirigentes.
O futuro é ainda de alguma incerteza, mas reforçamos que é compromisso do Clube continuar a trabalhar com respeito e consciência, dando todo o apoio á prática e desenvolvimento do desporto em Albergaria-a-Velha”.
Atletismo
O atletismo é a seção responsável pela criação do clube e por isso mesmo considerada a modalidade “rainha”.
Segundo afirma Sandra Fernandes ao Jornal de Albergaria, “com o objetivo de atrair e melhorar a nossa modalidade rainha iniciamos com uma nova treinadora e um novo local, conseguindo angariar novos atletas, mas obrigatoriamente tivemos de interromper no início da quarentena. Por se tratar de uma modalidade em que o exercício é maioritáriamente no exterior, já conseguimos reiniciar os treinos. Participamos em várias provas e infelizmente o nosso Grande Prémio foi adiado.
Ficamos na expectativa que tudo melhore e que consigamos concretizar sem interrupções o tradicional Grande Prémio.”
Natação
A natação é uma das modalidades que tem vindo a ganhar mais força com o tempo. Os atletas do Clube já arrecadaram, inclusive, inúmeras medalhas.
“A época iniciou normalmente com os treinos e a preparação dos atletas para as competições. Com o surgimento da pandemia, exatamente no inicio das principais e mais importantes competições, tivemos a época dada por terminada. Os objetivos desta modalidade ficaram por terra. Quanto ao recomeço, sendo uma incerteza global, e por se tratar de um desporto interior, não sabemos quanto ao futuro e quando iremos retomar a atividade. A próxima época, se iniciar, teremos de ir para as piscinas da Branca. As Piscinas Municipais encontram-se encerradas durante um ano. Além de todas as dificuldade que iremos sentir esta será mais uma. Corremos o risco de perder atletas, os custos com transportes vão aumentar e todas estas condições logisticas oparacionais e efetivas estão muito difíceis de avaliar.”
Voleibol
Para Sandra Fernandes, o Voleibol é uma das modalidades que mais sofreu com o surgimento da pandemia da covid-19. A atual Presidente do CD Campinho afirmou que “esta modalidade tem sofrendo vários contratempos. Se a continuação desta seção já se colocava em causa, neste momento a situação em termos daquilo que é a continuação foi severamente afetada. As condições para iniciar uma nova época estão muito difíceis.”
E, infelizmente, o presságio realizou-se. Dadas as dificuldades, a Direcção decidiu terminar com a modalidade de Voleibol. João Canhoto, treinador, fez um comunicado nas redes sociais com uma mensagem de agradecimento a todos os membros do clube.
” Teria e tenho muito a dizer, mas vou tentar resumir…
Quero agradecer à presidente Sandra Fernandes a oportunidade que me (nos) concedeu, independentemente do que acontecerá daqui para a frente, foi partir deste clube e com esta presidente que houve voleibol federado em albergaria pela primeira vez.
Um agradecimento enorme a todas as meninas que a c r e d i t a r a m neste projeto e que dele fizeram parte, nunca terei palavras que consigam descrever aquilo que tanto gostaria de vos transmitir… Aprendi muito mas muito mais com vocês do que vocês comigo acreditem… irei levar-vos sempre no coração…
Deixo duas frases que marcaram esta geração e este projeto: “Impossivel é só o que não se tenta”, “Isto não é uma equipa… É uma família”
Basquetebol
“Esta modalidade foi implementada com bastante dinâmica na nossa localidade. O esforço da direção do cordenador treinadores e diretores, tem sido enorme. Iniciamos a época com um número considerável de atletas e semanalmente estavam a entrar novos atletas. As nossas preocupações centram-se no problema das instalações, que teremos de solucionar.
Durante a primeira fase da competição com os escalões sub 6, sub 8, sub 10, sub 12 e sub 13, houve uma enorme evolução dos atletas, alguns com muito conhecimento do jogo. A segunda fase da época não permitiu que estes atletas mais recentes e todos os outros, recebecem competências para poder jogar. As sub 14 femininas e os sub 16 masculinos deram por terminado a competição a meio da época. Este projeto já era dificil, o contexto desportivo do concelho não ajuda e esta situação da pandemia veio quase a acabar com o nosso sonho.”