Covid-19. Nas últimas semanas não se tem ouvido falar em outra coisa! O mundo está preocupado com aquela que pode ser uma das maiores epidemias contra o ser humano. Com mais de 7100 mortes registadas no mundo em três meses e 180 mil casos registados em pelo menos 155 países e territórios, a pandemia do novo coronavírus, que teve início na China, está a causar o pânico global. Em Portugal, a 17 de março, os dados apontam para 448 casos infetados, 1 morto e 4030 casos suspeitos. 3 casos já recuperaram totalmente.
Há cerca de três meses atrás (dezembro de 2019), a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta sobre o coronavírus, após as autoridades chinesas terem notificado casos de uma misteriosa pneumonia na metrópole de Wuhan, a sétima maior cidade da China, com 11 milhões de habitantes. A China informou à OMS que o surto inicial atingiu pessoas que estiveram num mercado na cidade, o que despertou a suspeita de a transmissão ocorrer entre animais e humanos.
A Organização Mundial da Saúde declarou entretanto que o epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus se deslocou da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, Itália, que regista mais de 2 mil vítimas mortais.
No passado dia 11 de março, a Organização Mundial de Saúde declarou o Covid-19 como uma pandemia e desde então o país tem estado em estado de alerta. Enquanto os casos de coronavírus continuam a aumentar em todo o mundo, também conseguimos ver uma crescente ansiedade e até um certo pânico surgindo no comportamento das pessoas. A procura desenfreada aos supermercados, a procura de máscaras e gel desinfetante são alguns desses exemplos. Era inevitável que o Governo tomasse medidas, à semelhança do que fizeram e estão a fazer outros países, para evitar um contágio descontrolado.

Veja este gráfico acima e perceba as diferenças e semelhanças
O que é o novo Coronavírus?
O novo coronavírus foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na China. Este novo agente nunca tinha sido identificado anteriormente em seres humanos. A fonte da infeção é ainda desconhecida. Ainda está em investigação a via de transmissão. A transmissão pessoa a pessoa foi confirmada e já existe infeção em vários países e em pessoas que não tinham visitado o mercado de Wuhan. A investigação prossegue. Sendo um vírus recentemente identificado, atualmente não existe vacina estando em curso algumas investigações.
Medidas de Prevenção:
Já todos nós ouvimos falar nas medidas preventivas, mas se o objetivo é proteger a nossa saúde e a de todos aqueles que nos rodeiam nunca é demais lembrar!
A Organização Mundial da Saúde recomenda medidas de higiene e etiqueta respiratória para reduzir a exposição e transmissão da doença:
– Tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca com as mãos, e deitar sempre o lenço de papel no lixo;
– Lavar as mãos frequentemente. Deve lavá-las sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto direto com pessoas doentes. Deve lavá-las durante 20 segundos (o tempo que demora a cantar os “Parabéns”) com água e sabão ou com solução à base de álcool a 70%;
– Evitar contacto próximo com pessoas com infeção respiratória;
– Evitar tocar na cara com as mãos;
– Evitar partilhar objetos pessoais ou comida em que tenha tocado.
DGS apela ao uso da linha SNS24 apenas quando houver suspeitas de sintomas
Se estiver com febre, tosse ou dificuldade respiratória e tiver estado em contacto com uma pessoa infetada por COVID-19, ou tiver regressado recentemente de uma área afetada, deve ligar para o SNS24 (808 24 24 24).
No entanto, é importante evidenciar que, numa altura em que os impactos do Covid -19 começam a afetar o dia-a-dia de um grande número de pessoas, são milhares que tentam contactar a linha SNS24, que tem estado em sobrecarga devido ao excesso de chamadas recebidas. Neste sentido, a DGS apela ao bom senso da população para apenas contactar o Centro de Contacto SNS 24 com efetivas suspeitas de sintomas de doença e chama a atenção para à circulação nas redes sociais de informação e mensagens não oficiais e não confirmadas, de forma a evitar alarmismos infundamentados.
Ativado Plano Municipal de Emergência
Face à urgência de seguir as recomendações da Direção Geral de Saúde e do Ministério da Saúde, e após reunião (via telefone) da Comissão Municipal de Proteção Civil, que contou com Irene Francisco, Delegada de Saúde; José Valente, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha; Albano Ferreira, 2º Comandante dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha; Sargento-Ajudante Virgílio Bandeira, Comandante do Posto da Guarda Nacional Republicana de Albergaria-a-Velha e Eng.º João Cruz, Coordenador do Serviço Municipal de Proteção Civil de Albergaria-a-Velha, foi deliberado por unanimidade ativar o Plano Municipal de Emergência de Albergaria-a-Velha. Albergaria decidiu assim reforçar as medidas de contenção, no sentido de continuar a assumir uma posição que contribua ativamente para a prevenção e controlo da pandemia.
No seguimento, o Presidente da Câmara de Albergaria agradece “a todos os Albergarienses a colaboração que estão a demonstrar nesta luta contra o COVID 19, que é de todos e para todos” e deixa um apelo: – ao rigoroso cumprimento das diretrizes do Governo, da Direção Geral de Saúde e de todas as ordens emanadas pelas autoridades, sejam forças de segurança, agentes de proteção civil, ou outras intervenientes; – ao isolamento social; – à redobrada atenção ao que nos rodeiam, no sentido de prestar apoio solidário a pessoas idosas, isoladas, doentes e / ou dependentes que possam precisar de auxílio, quer de vigilância, quer de aquisição de bens essenciais, como alimentação ou remédios; – à realização de deslocações somente em casos imprescindíveis; – à garantia de fornecimento de bens e serviços de primeira necessidade, devendo os agentes económicos assegurar o abastecimento da população, salvaguardando as regras de afastamento, higienização e da justa repartição de bens e serviços; – à suspensão / adiamento de qualquer tipo de atividade que implique contacto social em espaços públicos ou privados; – à utilização do número de atendimento permanente da Proteção Civil Municipal para resolução de questões da competência municipal ou outra, para assuntos de carácter urgente e inadiável – 234 529 114.
Saída de mulheres com suspeitas de Covid 19 do Hospital de Coimbra gera uma “onda” de mal entendidos
Duas mulheres (mãe e filha), com suspeitas de estarem infetadas com Covid-19 saíram, durante a tarde de sexta-feira, dia 13 de março, do Hospital da Universidade de Coimbra, antes destas serem avaliadas. Segundo um comunicado da CHUC, que esteve a circular nas redes sociais, “as utentes encontravam-se na sala de isolamento do serviço de urgência devido a suspeita de Covid 19” e ausentaram-se por volta 17:20h, tendo utilizado “a chave de segurança da porta sem autorização”.
As duas pacientes deixaram a sala de isolamento e as instalações do Hospital de Coimbra para se dirigirem para um Hospital do Porto, mas a informação não terá sido transmitida a todo o pessoal responsável pelas duas pacientes, o que gerou uma “onda” de mal entendidos!
O Jornal de Albergaria falou com uma das mulheres envolvidas, a mãe, que adiantou que ambas estavam fechadas numa sala e aguardaram horas em condições desumanas. “Sem nos darem qualquer tipo de palavra pegaram em nós, acompanharam-nos a uma sala e fecharam-nos à chave. Uma sala sem janelas e sem ventilação onde já estavam duas pessoas. (…) Perguntei à outra senhora que lá estava sentada na cadeira há quanto tempo é que ali se encontrava. Eu entrei às 15:30h. A Srª (de Águeda) estava lá desde as 9:00h da manhã sem água, sem comida… pediu para fazer xixi e deram-lhe uma bacia com um saco plástico… a sala teria 20 metros se tanto”, contou-nos. Segundo a mulher houve inúmeras tentativas para entrar em contacto com alguém que pudesse dar uma explicação, todas sem sucesso. Desde pedidos de explicações dos procedimentos que iriam ser tomados; de pedidos conscientes da sua saída daquela sala sem ventilação; telefonemas para a Delegada de Saúde; PSP; serviços do próprio hospital… nada resultou e elas acabaram por sair pelo próprio pé. “Estavam lá as chaves suplentes e, depois de tantas recusas, peguei nas chaves, abri a porta, sai e vim embora. Não estive em contato com ninguém. Meti-me no meu carro e dirigi-me ao hospital do Porto (Sto. António). Os nossos procedimentos foram sempre com orientação médica”, explica. Ao Jornal de Albergaria, o porta-voz da Direção Nacional PSP, que estava no local e tomou conta da ocorrência, garante que houve um equívoco e que, na verdade, as pacientes receberam instruções de um médico de Coimbra para irem a outro Hospital. Tentámos também apurar junto do CHUC toda esta situação, em particular porque é que estas mulheres foram enviadas para o Porto, mas sem sucesso.
Primeira morte em Portugal
A primeira vítima mortal com Covid-19 em Portugal foi um homem de 80 anos. O paciente estava internado no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. O homem tinha outros problemas de saúde associados e encontrava-se internado há vários dias. O anúncio foi feito durante a tarde da passada segunda-feira, dia 16 de março, numa conferência de imprensa conjunta entre o Governo e a Direção-Geral da Saúde (DGS). Marta Temido apresentou, em nome do Ministério e do Serviço Nacional de Saúde, as “mais sinceras condolências” à família e amigos da vítima. A ministra aproveitou a ocasião para agradecer o empenho dos profissionais de saúde do Centro Hospitalar Lisboa Norte, mais concretamente do Hospital Santa Maria, no tratamento a este doente.
As principais medidas do Governo português:
– A suspensão de todas as atividades letivas e não letivas presenciais nas escolas de todos os níveis de ensino a partir da próxima segunda-feira dia 16 de março;
– A organização dos serviços públicos, nomeadamente o reforço dos serviços digitais, o estabelecimento de limitações de frequência para assegurar possibilidade de manter distância de segurança e a centralização de informação ao cidadão sobre funcionamento presencial de serviços;
– A suspensão de visitas a lares em todo o território nacional;
– A restrição de funcionamento de discotecas e similares;
– Os centros comerciais e supermercados vão estabelecer limitações de frequência para assegurar possibilidade de manter distância de segurança.
– Prorrogação de prazos de pagamentos de impostos e outras obrigações declarativas. O CM decidiu ainda tomar diversas medidas de organização e funcionamento dos serviços públicos e outro tipo de estabelecimentos
– Proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal;
– Apoio financeiro excecional aos trabalhadores por conta de outrem que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, no valor de 66% da remuneração base (33% a cargo do empregador, 33% a cargo da Segurança Social). Só aplicável a um dos pais, mas podem alternar;
– Apoio financeiro excecional aos trabalhadores independentes que tenham de ficar em casa a acompanhar os filhos até 12 anos, no valor de 1/3 da remuneração média;
– Prorrogação de prazos de pagamentos de impostos e outras obrigações declarativas.