A imprensa local, no concelho de Albergaria-a-Velha, surgiu pela primeira vez no dia 1 de Maio de 1864 com a edição do jornal “O Vesicatório”. Assim, assinalou-se no passado dia 1 o 156.º aniversário da imprensa albergariense, mas também a 13 de Maio o 109.º aniversário do mais longo título albergariense, o “Jornal de Albergaria”.
Os cerca de quarenta títulos que ao longo de todos estes anos vieram a público, tiveram os mais diversos formatos, dimensões, géneros, orientações políticas, de cariz satírico ou formal, e deveram-se a muitos homens e mulheres que dispuseram do seu tempo, do seu saber e dos seus bens, de forma muitas vezes abnegada, com o apoio de empresas e casas comerciais, tornando possível que se registassem factos que dessa forma passaram a perpetuar-se no tempo, criando assim um alforge de informação histórica de grande utilidade para os tempos presentes e futuros. Mas hoje é dia de assinalar o 109.º aniversário do “Jornal de Albergaria”. Este é o periódico albergariense com vida mais longa, sobreviveu a suspensões revolucionárias, cortes de censura e falta de papel. Afirmou-se, na sua primeira série, como semanário regionalista independente, e acompanhou a vida local (cultural, social, desportiva) e municipalista ao longo de várias décadas.
Com início a 13 de Maio de 1911, apresentava-se como “Semanário independente”. Domingos Guimarães foi o primeiro diretor, Eugénio Ribeiro e redactor e como editor e secretário Albérico Henriques Ribeiro. Era composto por 4 páginas. – Delfim Bismarck Ferreira
Em 1915 Albérico Henriques Ribeiro assume o cargo de diretor, proprietário e editor.
Em 1919 Eugénio Ribeiro e Silva assume o cargo de diretor.
Em 1922, novamente pela mão de Albérico Henriques Ribeiro, surge como “Semanário defensor dos interesses do Concelho”, impresso na Tipografia Silva, em Albergaria-a-Velha, tendo Alfredo Mendes como Administrador.
Já a 19 de Fevereiro de 1927 apresentava-se como “Periódico Independente, fora e acima dos partidos, defensor dos interesses do concelho e da região da Beira-Vouga-Mar”, e a 26 de Janeiro de 1935 apresenta-se como “Semanário regionalista”.
Eugénio Ribeiro e Silva assume a direcção a partir do n.º 11, Albérico Henriques Ribeiro é editor e redactor e Manuel Silva o administrador. Era então composto por 6 a 8 páginas.
A 8 de Março de 1954, mantendo o mote, D. Helena de Carvalho e Ribeiro é diretora, editora e proprietária, sendo impresso no Colégio de Albergaria. O Engº. António Atanázio de Carvalho Henriques Ribeiro, por força legal, aparece como administrador cargo que manteve até Maio de 1970, data em que terminou a publicação.
Sob a direção do Dr. Mário Jorge de Lemos Pinto retoma a publicação a 19 de Fevereiro de 1993, sendo propriedade da Cooperativa de Comunicação Social de Albergaria-a-Velha, impresso na Coraze, em Oliveira de Azeméis. Assumindo a periodicidade quinzenal apresenta-se como projeto informativo de serviço público, com artigos de assuntos da atualidade cultural, política e social, história local, desportivos e artigos de opinião e publicidade. Tinha como principais colaboradores: o Dr. António de Albuquerque Pinho, o Dr. Augusto Neves, o Dr. Delfim Bismarck, o Dr. Jesus Vidinha e João Nogueira Melo, entre tantos outros. Composto por 24 páginas, cessou a impressão a 12 de Agosto de 2011, com o n.º 420.
Sete anos depois, a 15 de Março de 2018, o “Jornal de Albergaria” inicia a terceira série, mantendo a sua periodicidade quinzenal. Com sede na Rua da Azerveira, fração X em Albergaria-a-Velha e registado na Entidade Reguladora para a Comunicação com o número 127085, sai com uma tiragem média mensal de 6.000 exemplares.
A propriedade do jornal é da empresa Resumo Próprio – Comunicação Unipessoal, Lda tendo como sócia gerente Cecília Dias. A direção é assumida por Paulo Simões, filho e neto de albergarienses. Com experiência adquirida ao longo de mais de duas décadas ligadas à comunicação social, na imprensa local de Estarreja e de Albergaria-a-Velha. Numa primeira fase a composição e impressão do renovado “Jornal de Albergaria” decorreu na FIG – Indústrias Gráficas, S.A em Coimbra, e actualmente é impresso na Gráfica .
Segundo o seu Estatuto Editorial, assume um “carácter predominantemente regionalista, pluralista e independente cuja principal missão é defender os legítimos e verdadeiros interesses nacionais, regionais e concelhios, é um órgão estruturalmente independente de todos os poderes políticos, económicos, sociais, religiosos ou culturais, alargando esse espírito de independência também em relação aos seus próprios anunciantes, mas em contrapartida, ativamente e aberto a tudo o que contribua para a promoção material e cultural do povo de Albergaria-a-Velha. Afirmando-se um órgão independente o “Jornal de Albergaria”, não deixa porém de ser um jornal de convições próprias, e por isso assume que causas de cidadania, como a defesa das liberdades fundamentais e da democracia, de um ambiente saudável e sustentável, da língua portuguesa e do património histórico-cultural, do multiculturalismo, do incitamento à participação da sociedade civil na resolução dos problemas de comunidade, devem ser divulgadas, sem prejuízo do pluralismo de opinião e de conceder voz a todas as correntes, nunca perdendo nem renunciando à capacidade de crítica. Este jornal considera que uma sociedade informada, transparente e participativa é condição base para o desenvolvimento individual e coletivo, económico e intelectual.”
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