A iniciativa do Município de Albergaria-a-Velha começou esta manhã com um dia dedicado à preparação do ano-letivo 2024/25, organizado pelo Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha.
A sessão de arranque do novo ano letivo começou por volta das 9h30, no Cineteatro Alba, com a presença da direção do AEAAV – Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha: diretor Albérico Tavares Vieira, subdiretora Rosa Maria Silva, adjunto Rui Barbosa e adjuntas Cláudia Santos e Lina Marques.
O encontro começou com um momento musical protagonizado por Sara Vidal, aluna do ESTGA, que cantou, ao piano, “Quero é Viver” de António Variações; uma atuação seguida da performance de Dança a cargo de quatro alunas do 8ºano da Escola Secundária de Albergaria.
“Este é um ano de grandes mudanças humanas”, começou Albérico Vieira, referindo-se à “grande movimentação de docentes” entre escolas e Agrupamentos, seja pela entrada de novos professores, saída de docentes ou o seu regresso ao AEAAV. No total, o Agrupamento albergariense conta com 203 docentes, 70 assistentes operacionais, 11 assistentes técnicos e 5 técnicos superiores.
Avaliar para melhorar
A professora Isabel Santos, primeira oradora da manhã, apresentou uma síntese do “Projeto Educativo” em vigor até 2026, que visa, entre outros objetivos, promover os direitos das crianças e a inclusão, criar uma relação simbiótica entre Escola e comunidade, promover uma maior articulação entre ciclos de ensino, valorizar abordagens interdisciplinares e o trabalho colaborativo.
A implementação do Projeto tornou necessário “um plano de ação facilitador das aprendizagens e do desenvolvimento integral dos alunos”, composto por quatro domínios de intervenção: resultados, prestação de serviço educativo, relação escola-família-comunidade e capacidade de autoregulação e melhoria do Agrupamento.
Cada domínio está subdivido em programas de ação. Por exemplo, Isabel dos Santos, salientou a Ação “Nova Âncora”, inserida no domínio “Resultados”, como um caso de sucesso na melhoria de notas às disciplinas de Português e Matemática no ano letivo 21/22. No campo da “relação escola-família-comunidade”, o Desporto Escolar foi capaz de envolver a comunidade educativa em múltiplos treinos, às terças e quintas-feiras, cumprindo o propósito de “promover estilos de vida mais saudáveis e aumentar o nível de atividade física da população escolar num ambiente participado e recreativo”, como afirmou a docente.
A ação “voz dos alunos”, presente no domínio quatro, que envolve a participação do 3º ciclo e Secundário em sessões de troca de ideias, foi salientada como forma positiva de desenvolver o pensamento crítico dos estudantes e solidificar a tomada de decisões fundamentadas e informadas ao longo da vida.
A professora terminou a apresentação com uma citação de Andreas Schleicher, diretor da educação da OCDE, que reflete, aos seus olhos, o papel que a Escola deve ter na vida dos alunos: “A educação já não é apenas ensinar aos estudantes algo específico; é mais importante ensiná-los a desenvolver uma bússola e ferramentas de navegação confiáveis para que eles possam encontrar o próprio caminho num mundo cada vez mais complexo, volátil e incerto”.
Escola e comunidade
A parte da manhã foi encerrada pela intervenção de Albérico Vieira com a apresentação do “Projeto de intervenção do diretor”, no 4º ano consecutivo em vigor e centrado “atualmente, numa visão de escola e comunidade”, declarou, acrescentado que estes devem ser vistos como dois elementos inseparáveis.
A visão escola-comunidade pretende “romper com a lógica de segmentação disciplinar” e “converter a comunidade educativa num conjunto de recursos, motivações e estímulos que sejam colocados ao serviço da educação integral e da cidadania”. Neste sentido, o diretor apela a uma reinvenção da tradicional abordagem de educação transmissiva através da valorização de ações mais práticas, de “mão na massa”.
Além disso, é preciso “abrir a aprendizagem a diferentes espaços” com o objetivo de promover um melhor aproveitamento dos alunos, é importante “sair da escola” e fundamental que exista um “ecossistema educativo” onde todos possam participar de forma ativa, incentivando o espírito criativo e inovador.
Para a continua melhoria e implementação do Projeto, Albérico Vieira referiu a nova iniciativa ‘Projeto de Vida’, uma reflexão feita por cada aluno a partir do 1º Ciclo sobre os objetivos a concretizar no âmbito escolar, social, pessoal, familiar e comunitário. A realização do projeto deve ser acompanhada por professores, diretores de turma e encarregados de educação. O diretor propõe ainda a criação de um “portefólio reflexivo de aprendizagem”, onde os estudantes vão compilando trabalhos desenvolvidos ao longo do percurso escolar, sem deixar a tarefa para o final do semestre ou ano.
Na reta final, o diretor lembrou a importância de quebrar os estigmas relativos ao Ensino Profissional e pediu aos docentes que estivessem abertos a uma maior flexibilidade de horários, no sentido de acompanhar os alunos em “projetos [fora da escola] que deem resposta aos problemas e necessidades reais da comunidade”.
Após pausa para café, as Jornadas do AEAAV seguiram com a apresentação do programa META e plano de inovação de São João de Loure, reflexões sobre o Ensino Profissional, introdução dos futuros CTEs – Centros Tecnológicos Especializados e uma partilha de saberes sobre a ferramenta de organização digital Microsoft 365 no contexto educativo.