‘Mi’ celebra 10 anos de uma festa dedicada aos “aventureiros da imaginação”

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O regresso de uma companhia artística especializada em concertos para bebés, um espetáculo vindo de Espanha com atuações debaixo de água, um grande instrumento musical coletivo e concertos de embalar fazem parte do programa da 10.ª edição do MI – Festival de Música e Criatividade Infantil de Albergaria, com palco no Cineteatro Alba.

O Mi – Festival de Música e Criatividade Infantil de Albergaria-a-Velha celebra 10 anos em novembro e promete as habituais criações artísticas inovadoras e diversas dirigidas a famílias e aos “aventureiros da imaginação”, como se lê no website municipal.

O programa decorre, este ano, totalmente no Cineteatro Alba, com atividades concentradas de 14 a 16 de novembro, apesar do arranque estar marcado para o próximo dia 3 de novembro – um dia após o agendado, por motivos de agenda alheios ao Cineteatro. O equipamento municipal recebe a instalação artística ‘Gamelão de Porcelana e Cristal’, um conceito inspirado no milenar gamelão javanês e em várias tendências da música experimental, de Cage a Partch.

O “instrumento musical coletivo” é constituído por centenas de peças de porcelana, faiança, grês, vidro e cristal; sendo simultaneamente um objeto visual/escultura que pode adquirir várias formas e dimensões, sempre repensado em função do espaço arquitetónico que o acolhe.

Uma primeira versão do Gamelão de Porcelana e Cristal germinou em 2011, na performance Um Plácido Domingo, no âmbito do projeto Opus Tutti. Desde aí o Gamelão de Porcelana e Cristal tem sido abordado de várias formas, desde o formato instalação ao formato workshop/ação de formação, proporcionando experiências a um público vasto e diverso, desde crianças pequenas, famílias, escolas dos diversos graus de ensino, pessoas com necessidades especiais a profissionais (músicos, educadores, artistas).

Este último uso está igualmente nos planos do MI 2025, com o Workshop Gamelão de Porcelana e Cristal, destinado a grupos escolares do 1.º Ciclo, de forma gratuita, marcado para dos dias 11, 12 e 13 de novembro. A 16 de novembro, pelas 11h, será dinamizada uma sessão orientada e participativa para a comunidade em geral, com o custo de 3€ em bilhete normal ou 2€ com descontos de Cartão Amigo, Cartão Sénior Municipal, Cartão Municipal de Voluntário e Jovens SUB 23.

O projeto de investigação artística é realizado em parceria pela Companhia de Música Teatral, a Universidade de Aveiro e a Vista Alegre Atlantis. O projeto pretende catalisar novas práticas performativas e explorar um território interdisciplinar que permita gerar e testar ideias ao nível da composição musical, escultura, criação de novos instrumentos, pedagogia, da comunicação interpessoal, dos materiais, da acústica e do design.

O equipamento fica patente no Cineteatro Alba durante a duração completa do MI, portanto, até 16 de novembro, e pode ser visitado no horário regular de bilheteira: 5ª feira das 20h às 23h; 6ª feira das 20h às 23h (em dias de programação) e sábado das 17h às 19h e das 20h às 23h; aos domingos, feriados e dias de programação, a bilheteira abre uma hora antes do início previsto para cada evento.

Contos e cordas 

A primeira proposta além Gamelão está marcada para o dia 14 de novembro, e apresenta-se como uma sessão especial do “Histórias em Pijama” no Espaço Café – Concerto do Cineteatro Alba, pelas 21h. Em “Concertos para Adormecer #1 – Nuvens de Passagem”, a pianista Mariana Miguel “guia as famílias numa experiência partilhada à volta do ato de adormecer, sem medo de se fechar os olhos, ou olhar o céu, viajando pelas nuvens”, como descreve a autarquia.

No dia seguinte, 15 de novembro, pelas 11h, terá lugar o Concerto para Bebés “Irmãs Tecidas de Cordas Coloridas”, pela Companhia Musicalmente. Neste espetáculo serão ouvidos acordes de Harpa e Teorba, a lembrar anjos e viagens no tempo a terras distantes. “Este é um grande regresso ao Mi, após a estreia de grande sucesso que tiveram no concelho, no passado ano. São profissionais que fazem um trabalho exímio junto das famílias”, destaca Pedro Teixeira, responsável pela direção artística e programação do Cineteatro Alba.

À tarde, pelas 17h, há encontro marcado n’ “A Cidade dos Sons”, onde todas as pessoas comunicam através de ritmos, acordes e harmonias. Nesta criação da MUDA’TE Companhia de Artes Performativas, cada história é contada através de uma melodia e até um “bom dia” é uma canção.

Artistas de Espanha

A encerrar a 10.ª edição do Mi está a performance “Bajau”, da dupla de artistas espanhóis Sergi Ots e Mariona Moya. Por meio de objetos, do corpo e da busca pelo elemento água como ator em cena, “as famílias descobrem uma fantasia visual que questiona as origens do ser humano como espécie”, escreve o Município. A viagem visual e sensorial está marcada para 16 de novembro, pelas 17h, na Sala Principal do Cineteatro Alba.

Pedro Teixeira afirma o espetáculo como a joia da coroa da programação, uma atuação “como momentos muito bonitos, criados em ambientes com água” e uma experiência “lindíssima para toda a família”, reafirma.

Ao longo dos últimos anos e na sequência de vários projetos culturais, educativos, formativos e de aprendizagem criativa dirigidos a crianças, famílias e educadores, numa lógica de criação de novos públicos para a cultura, o SAC – Serviço de Aprendizagem Criativa do Município de Albergaria-a-Velha tem vindo a construir as sucessivas edições anuais do Mi.

“É um projeto para todos os públicos, onde é possível viver emoções e apurar os sentidos com criações artísticas que libertam a imaginação”, lê-se no website municipal. “Foi uma semente plantada, que foi crescendo e tem hoje já 10 anos de existência”, sintetiza Pedro Teixeira, com sentido de missão cumprida.