Quima quer melhorar Albergaria-a-Velha e Valmaior com voz da população

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A reparação e limpeza de passeios pedida pelos eleitores Orlando e Manuel, entre muitas outras reivindicações da população, foram incorporadas no programa do CDS-PP à Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior. Quima, candidato à presidência do órgão, quer criar dois novos grandes eventos – ‘Aldeia Natal’ e ‘Albergaria com Memória’ – e manter o Passeio Sénior anual, bem como a emblemática ‘Corrida dos Reis’.

Coube a Henrique Caetano, presidente da concelhia do CDS-PP de Albergaria-a-Velha, abrir a noite de apresentação de candidatura de Joaquim Silva, mais conhecido por Quima, à Junta de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior. As primeiras palavras foram de elogio e agradecimento a António Loureiro, atual presidente da Câmara Municipal de Albergaria e candidato à Assembleia Municipal para as eleições de 12 de outubro.

“António Loureiro está aqui porque todos quisemos muito que assim fosse, para que esta candidatura contasse com o seu cunho e experiência. Tem ouvido muitas coisas que não merece. Nos meus 37 anos de vida não me lembro de ter existido um presidente com tanta proximidade às pessoas”, afirmou Henrique Caetano.

O autarca aproveitou para responder a críticas que têm sido dirigidas aos candidatos do CDS-PP e à ação do partido a nível local nos últimos 12 anos. O presidente da concelhia afirmou que os candidatos têm sido julgados pela opção de ler discursos em momentos de apresentação. “Continuaremos a ler projetos e a prestar contas. Mas, acima de tudo, continuaremos a ler as necessidades das pessoas. É isso que tem feito a diferença – a forma como lemos as pessoas”, disse Henrique Caetano.

A sede de campanha tem sido, segundo o próprio, também motivo de comentário. Henrique Caetano afirmou “que está lá e lá ficará” e indicou que os candidatos andam no terreno há 12 anos e não apenas em tempo de eleições. “O que nos move não é ter uma sede [edifício] mas a nossa sede [vontade] de vencer, apresentar projetos e responder às necessidades das pessoas”, respondeu.

Sobre a acusação de que o investimento municipal tem estado concentrado nas freguesias a norte do concelho, sendo o candidato à Câmara Municipal ainda presidente da Junta de Freguesia da Branca, Henrique Caetano apontou contradições à crítica. “Dizem que foi feito tudo a norte, mas dizem igualmente que ficou tudo por cumprir”, acusou. “Não nos preocupamos com isso. Se tivemos capacidade para fazer lá, também o faremos no resto do concelho”, reafirmou.

Grato à equipa

Quima é para Carlos Coelho “o homem ideal para governar a freguesia” e não abdicou da sua indicação ao partido, como contou Henrique Caetano, reforçando que Coelho não o faria sem motivo. Como conselho a todos os candidatos, o presidente da concelhia recomendou resistência às críticas e foco no “legado deixado” pelo CDS-PP em território albergariense.

Na primeira pessoa, Quima apresentou-se como “transparente e direto, honesto e muito grato pelo apoio” prestado pela freguesia. O candidato elogiou os locais como motivo suficiente para se considerar já vencedor. “A minha esmagadora vitória está em ter conhecido as melhores pessoas do mundo: as pessoas da minha freguesia. Participei no torneio solteiros e casados, dancei folclore – se se pode chamar àquilo dançar –, vivi de perto as coletividades e conheci profundamente a minha terra. Se isto não é ganhar, não imagino o que seja”, afirmou.

O candidato, antes de passar ao programa para a freguesia, agradeceu à equipa que o acompanha: a Rui Santos por ser “apoio, ouvinte, amigo verdadeiro e guardião desta terra”; a Beatriz Negrão pela “juventude, sede e coração sempre perto da boca”; a Sérgio Coelho pela lealdade e a Luís Madail “por ter sido o primeiro a dizer que sim, humanidade e bom coração”. Quima deixou igualmente agradecimentos à família pela compreensão e apoio.

Vox pop

Para melhorar a ação da Junta de Freguesia, Quima reconheceu que esta “tem de se redimensionar se quiser estar realmente presente na vida das pessoas”, uma “tarefa árdua e difícil”. Num tom mais concreto, o candidato começou por listar medidas relacionadas com a Mobilidade e Rede Viária: melhorar a mobilidade em São Marcos como sugeriu José António; reforçar a reparação, limpeza e arranjo das vias de circulação como propuseram Orlando e Manuel; apostar no controlo da velocidade dos veículos e avançar para a segunda fase de reparação dos passeios como pediu o sr. Firmino e outros eleitores.

“Queremos que as ruas voltem a ser a verdadeira rede social, frontal e sem cobardias, onde as pessoas se sintam seguras de dia e de noite para dar à língua e divertir-se”, defendeu Joaquim Silva. “O nosso manifesto eleitoral tem nomes e caras associadas. Temos de ser capazes de dar voz e reconhecer as necessidades diárias das pessoas. É o que faremos”, comprometeu-se o candidato.

Na área da Ação Social, Quima quer “alargar as várias ações já implementadas”, como o projeto ‘Mais Vida’, que incentiva ao envelhecimento ativo. Para tal, irá apoiar as coletividades e IPSS que se dedicam à população mais vulnerável, seja com cuidados especializados ou atividades promotoras de lazer e convívio.

Eventos e obras

Para a Cultura, prometeu manter eventos emblemáticos da freguesia – como a Caminhada dos Reis, o Encontro de Estátuas Vivas e o Passeio Sénior – mas, quer trazer novidades, com o propósito de movimentar o centro da freguesia e envolver os lugares mais periféricos. Com o objetivo de “ir ao encontro daquilo que reclamam as pessoas: mais vida para a nossa freguesia”, Quima propõe a criação de raiz dos eventos ‘Aldeia de Natal’, a realizar durante a época festiva; e ‘Albergaria com Memória’, um certame de homenagem às histórias e gentes do concelho.

No campo do Ambiente, para além do reforço de ecopontos e serviços de recolha, o candidato quer chamar a população, associações e escolas para iniciativas de promoção à reciclagem, com a criação de sistemas que beneficiem financeiramente quem adota boas práticas ambientais; através, por exemplo, do reembolso de valor simbólico pelo resíduo reciclado. “Será um programa arrojado, divertido e rentável para todos”, sintetizou.

O candidato enumerou ainda algumas Obras listadas no programa do CDS-PP: reabilitação da Capela de São Gonçalo, no Sobreiro, para a criação de uma zona central de convívio; ampliação do Parque de Lazer do Estuval, com a construção de um parque de estacionamento nos terrenos adjacentes, tornando o acesso ao espaço livre de veículos; requalificação de parques infantis; reestruturação do Parque de Lazer das Frias e de Valmaior; criação de uma zona de lazer junto ao rio Fílveda e Porto do Rendo; e a reparação do largo envolvente à Capela de São Luís em Vila Nova de Fusos. “Ninguém vai ficar para atrás”, assegurou.

Proximidade como princípio

A terminar, Quima agradeceu o desafio lançado por Carlos Coelho. “Nunca te arrependas do que fizeste, orgulha-te do que construíste. A consciência tranquila é a melhor recompensa que podemos levar connosco. Acredita em ti e ouve a tua equipa”, aconselhou Joaquim Silva.

Para António Loureiro, que conhece “há muitos muitos anos”, Quima deixou palavras de admiração pela proximidade criada com a população ao longo dos anos. “Percebo em cada porta, em cada rua, em cada gente; a empatia e a simplicidade que existe entre ti e as pessoas. Quero que me ensines a ser assim, que me obrigues a pressionar o Carlos Coelho como ele te pressionou a ti, quero que me obrigues a cumprir com aquilo que prometi”, pediu o candidato à Junta.

António Loureiro afirmou ter sido Quima o professor da noite, “por dar o nome das pessoas a cada medida, por saber quem são e o que se pode fazer por cada uma delas”, louvando igualmente a “forma humilde” como Joaquim Silva reconheceu as qualidades dos elementos da sua equipa.

12 anos passados

Em jeito de balanço, o ainda presidente da Câmara Municipal agradeceu à vereadora Sandra Almeida pelo trabalho feito no pelouro do Ambiente e pela ajuda na captação de 97 projetos de financiamento comunitário para o concelho. António Loureiro disse obrigado a Isabel Cruz pela forma como encarou o desafio de substituir Delfim Bismarck, cujas pastas segurou; e a Catarina Mendes por tudo o que fez no âmbito da Habitação e Saúde, áreas nas quais “nunca se construiu tanto em Albergaria”.

António Loureiro referiu igualmente como inédita a compra de terrenos feita por parte da autarquia ao longo dos 12 anos de mandato. “Sem terrenos, não se constrói. Foi um investimento total de 4 milhões de euros. É importante dizer às pessoas que nunca houve nenhum executivo que tenha comprado tantos terrenos como nós”, orgulhou-se o edil.

O candidato à Assembleia Municipal elogiou os presidentes de Junta pela proximidade que mantêm com as gentes, incluindo o que não foi eleito pelo partido [Hélder Brandão, Angeja]. “Este projeto tem a bandeira do CDS, mas sempre tratámos as pessoas todas por igual. Estamos aqui pelo ideal que é servir as populações. Não temos de concordar com a nacional do partido em tudo, o que temos é um projeto para Albergaria”, reforçou António Loureiro.

A Carlos Coelho pediu que continue com o trabalho desenvolvido, “com baixa carga fiscal e de apoio às famílias”, com foco na criação de postos de trabalho e valorização do desenvolvimento económico. António Loureiro elogiou a Carlos Coelho “a energia, capacidade e força de vontade”, bem como um currículo que junta sucesso profissional, associativismo local e experiência como autarca.

‘Aldeia do Desporto’

Carlos Coelho tomou a palavra e sintetizou o propósito da candidatura que lidera como “corrigir o que é preciso corrigir e procurar novos projetos para melhorar a qualidade de vida das pessoas”. Como prioridade e pilar do programa, apontou o desenvolvimento económico, que será motor para tudo o resto.

“Através de uma gestão equilibrada do orçamento, iremos conseguir distribuir pelas mais diferentes áreas; como Saúde, Habitação e Ação Social”, explicou o candidato. Para tal, continuará a aposta na Zona Industrial de Albergaria, tornada possível, como lembrou Carlos Coelho, pela revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) feita ao longo dos mandatos de António Loureiro.

No âmbito da Mobilidade, Carlos Coelho anunciou a construção de um parque de estacionamento para camiões, com vista a “melhorar a logística das empresas e terminar com o estacionamento abusivo destes veículos dentro do concelho e freguesias”.

Para o Desporto, o candidato à Câmara quer colocar Albergaria no mapa regional e nacional das grandes competições, com a criação da Aldeia do Desporto. O projeto ambiciona criar no concelho uma “marca distinta” associada à prática desportiva, que irá trazer dinâmica ao território e fazer mexer o comércio local, como afirmou Carlos Coelho. A ‘Aldeia’ quer formar melhores atletas e treinadores, e será construída à medida das necessidades das coletividades desportivas do concelho.

Repensar ‘Pão’ e ‘ConVida’

O candidato à presidência da Câmara anunciou igualmente o desejo de construir um Pavilhão Multiusos, que receba “congressos e feiras e seja capaz de albergar grandes eventos desportivos nacionais”.

Sobre um dos grandes problemas sentidos no país, Carlos Coelho prometeu a construção de 50 novas habitações, especialmente com o propósito de “segurar os jovens” no território. Para avançar com a medida, explicou, será necessário alterar o PDM para aumentar a área disponível para construção de habitação. Na Educação, prometeu a criação de um Jardim de Infância em Albergaria, a 3ª fase de obras da Escola Secundária e a 2ª fase da Escola da Branca.

Na Cultura, serão redefinidas e alargadas as datas do Festival do Pão e do Albergaria ConVida. O Torreão será alvo de intervenção para se tornar “uma zona mais aconchegante e próxima das pessoas”, nas palavras de Carlos Coelho. A Arte Urbana será uma aposta como elemento distintivo do concelho e poderá, no futuro, ser criada uma rota associada a esta forma de expressão artística.

Em relação ao apoio às associações, o candidato à presidência da Câmara afirmou que a autarquia pretende ter uma postura ativa em relação ao Carnaval de Albergaria e assegurou que “este executivo nunca será um problema para as associações, mas nunca será a sua única solução”.

Parque da Cidade “aprovado e financiado”

Sobre o aguardado Parque da Cidade, informou que o projeto “já se encontra aprovado e financiado” no valor de 1,6 milhões de euros. O Parque terá uma área de superfície de 37 mil metros quadrados e será construído na “zona abaixo do Colégio de Albergaria, passando pela Rua 1º de Dezembro, pelo lado dos Correios”, por ser esta a única área que permite que o parque urbano tenha uma linha de água e por ser a zona da cidade com maior concentração populacional. O espaço irá contar com percursos pedestres e uma zona para refeições. A questão do proprietário que impede a obra de avançar está a ser resolvida.

Também “aprovado e financiado” está o projeto de reabilitação da estação da CP. Quanto ao futuro Museu de Albergaria, tal como o António Loureiro indicou, em entrevista ao Jornal da Albergaria, será albergado na adega da Casa Alameda, adquirida pela autarquia, onde ficará igualmente, como disse Carlos Coelho, um Posto de Turismo.

Para que o flagelo dos incêndios não se repita, Carlos Coelho tem planos para reforçar a rede de bocas de incêndio no território, investir em reservatórios de água e reabilitar a rede hidrográfica e viária afetada pelos fogos. O candidato expressou igualmente o desejo de dotar o concelho de mais ciclovias e as freguesias de mais meios para trabalhar, para que a resolução de situações seja mais rápida e eficaz, sem alocação excessiva e contraproducente de recursos camarários.

Por fim, Carlos Coelho louvou todos os candidatos pelo “ato de coragem” que é aceitar o desafio da vida autárquica, considerando a exposição a que estão sujeitos. “Estamos completamente expostos. Toda a gente sabe tudo sobre nós, às vezes, até sabem mais do que aquilo que corresponde à realidade”, lamentou o candidato.