O Posto da GNR de Albergaria-a-Velha, que conta atualmente com um efetivo de 29 militares, não é caso para alarme, no que respeita à tragédia dos suicídios que têm enlutado as forças policiais. Como foi recentemente noticiado, este ano, já se suicidaram cinco polícias da GNR, tantos como a soma de 2020 e 2021, sendo que Portugal tem uma das maiores taxas de suicídios na polícia da Europa. Um estudo do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP), revela que 83% dos polícias que puseram termo à vida, usaram a arma de serviço.
Contactada pelo Jornal de Albergaria, a GNR de Albergaria, encaminhou o assunto para o Comando Distrital de Aveiro, cujo oficial de relações Públicas, Rui André Almeida Quintinha, começou por explicar que ”o ambiente que se vive no Posto Territorial de Albergaria-a-Velha é bastante saudável, de ajuda, trabalho de equipa e de entreajuda, que é inerente aos valores transmitidos pela Instituição desde a formação”.
O Departamento de Psicologia faz rastreios psicológicos ao efetivo e ações de sensibilização. Também, no âmbito do Serviço de Psicologia Operacional, a GNR conta com uma “Linha de apoio psicossocial, Gestão de incidentes críticos e Consulta de psicologia do viajante destinada a militares destacados para missões internacionais”. Há ainda “medidas no âmbito do Serviço de Psicologia Clínica (assistencial), com Consulta de Psicologia Clínica, Grupos terapêuticos (trauma, luto) e Terapia familiar e de casal”.
Sobre o problema específico dos comportamentos suicidários na GNR, este é alvo de ações de sensibilização e inserido no programa regular de reavaliação psicológica.
Conforme informou, foi “aplicado um questionário em diversos Comandos Territoriais, cursos de promoção e cursos de especialização os quais abrangeram cerca de 2500 militares”. Estas ações visam reforçar a importância da identificação de fatores de risco de suicídio e referenciação para consultas da especialidade. Entre as várias medidas preventivas, têm acesso facilitado às consultas de Psicologia e Psiquiatria, que podem ser marcadas diretamente pelos militares e há uma Linha de Apoio Psicossocial da GNR (800 962 000) em funcionamento 24h, todos os dias do ano. “Em caso de emergência, uma equipa de 2 psicólogos militares desloca-se de imediato a qualquer ponto do território continental”, adianta o Comando Distrital de Aveiro.
Texto redigido por Sofia Meneses
