Muito público e muita tradição imbuída de criatividade encheram, ontem à noite, o Centro Cultural da Branca, durante a Festa da Maia e a celebração do Dia Mundial da Dança. O Grupo Etnográfico Memórias e Tradições (GEMT) dançou, tocou, cantou, representou, ensinou, divertiu e mobilizou toda a comunidade que ali veio mostrar as suas maias, num espetáculo cultural inclusivo e intergeracional.
Subiram ao palco cerca de 50 maias feitas por nove associações e IPSS, onze escolas e jardins de infância, cinco grupos litúrgicos, agrupamento de escuteiros, comerciantes e população em geral, as quais, agora, serão expostas na Junta de Freguesia da Branca, onde já se encontra a Maia Maior, esta da autoria do GEMT.
“Há 12 anos, desde que o nosso grupo foi criado, que fazemos a Festa da Maia, sempre no primeiro sábado do mês de maio, sem contar com os anos de pandemia. Este ano, antecipámos a data para que coincidisse com o Dia Mundial da Dança”, disse Rosa Vieira, presidente da direção, ao Jornal de Albergaria.
A Festa teve duas crianças no papel de apresentadoras, que conferiram uma graça especial a uma noite que fluiu com um ritmo contagiante, ao mesmo tempo divertida e didática.
As danças e cantares foram acompanhadas de breves explicações sobre as suas origens, e por algumas encenações representativas dos tempos de outrora. Foram recordados, por exemplo, os namoros de antigamente, em que as proibições eram muitas e as aproximações, poucas ou nenhumas, num momento teatral que misturou o humor com o retrato de um passado não muito distante.
“Como veem, o folclore não é assim tão chato como parece”, atirou Rosa Vieira, perante uma plateia de todas as idades, com muita juventude a expressar o seu entusiasmo.
Uma das atuações mais aplaudidas foi a da APPACDM, que colocou em palco o valor dos afetos e da fraternidade, num bailado feito de gestos de ternura e comunhão com os outros.
“Está a ser uma noite soberba”, exclamou a presidente do Grupo Etnográfico Memórias de Tradições, manifestando a sua satisfação por, atualmente, haver 10 jovens e três crianças no GEMT.
“Não se esqueça de escrever lá no Jornal de Albergaria, que esta gente nova que está connosco é maravilhosa. Ponha isso a negrito!”, pediu Rosa Vieira, divertida e gentilmente, do alto do palco.
Na hora dos agradecimentos, a lista era bastante comprida, começando pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia e Paróquia, passando pelas empresas e comércio local, e terminado em toda a comunidade envolvida, sem ordem de importância, porque todos contam.
O espetáculo finalizou ao som do Hino da Branca, mas a noite continuou fora do palco, com muita música e fatias de regueifa de canela. As Regueifas Maiores, como é hábito, foram feitas por Paula Tavares, em forno de lenha. Cortadas à mão, que “é como sabem melhor”, foram acompanhadas por uma malga de café à moda antiga, bem quentinha, a fumegar de memórias e tradições.