Todos os munícipes que queiram ser esclarecidos sobre o impacto da Linha Ferroviária de Alta Velocidade (LAV), ou apresentar reclamações e sugestões sobre o assunto, deverão deslocar-se, da parte da manhã, à Câmara Municipal, entre 7 (amanhã) e 13 de junho (terça-feira próxima). António Loureiro, presidente da Autarquia, apela à participação pública, no sentido de vir a ser apresentada uma proposta que possa “mitigar os prejuízos”, já que o Município não tem poder para impedir o avanço do traçado ferroviário, conforme salientou, no final da tarde de hoje, na primeira sessão de esclarecimento que decorreu na Biblioteca Municipal.
António Loureiro, Delfim Bismarck, vice-presidente, e Eduardo Ferreira, arquiteto da Câmara Municipal, conduziram a sessão, tentando, com a ajuda de um mapa, explicar o impacto da LAV, na freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior, a qual será afetada no caso de vir a ser escolhido o traçado A, a nascente da EN1 (há outra hipótese de traçado, a poente da EN1, que deixa de fora esta freguesia).
Considerando a opção A, a linha irá passar entre o lugar de São Marcos e a autoestrada, e afetará também a extremidade das casas da Rua das Flores, no lugar do Sobreiro. Está previsto um viaduto, com “pilares por todo o lado”, como foi referido.
“Dizem-nos que não terá impacto sonoro, mas tenho muitas dúvidas quanto a isso”, disse Delfim Bismarck, enquanto dava informações detalhadas sobre o projeto.
Eduardo Ferreira salientou que as pessoas serão ressarcidas dos prejuízos, mediante valores que dependem de avaliações externas, mostrando-se pouco confiante no bom desfecho deste processo.
António Loureiro lembrou que o Município foi desde sempre contra o projeto da LAV, referindo que, face à determinação governamental de avançar, a Câmara, em 2009, propôs uma estação na confluência de Albergaria e Estarreja, proposta esta que não foi considerada.
Entre a assistência, que enchia quase por completo todos os lugares disponíveis, alguns colocaram perguntas no intuito de saber se iriam ser pessoalmente afetados.
“Este é o local onde nasci”, disse contendo a emoção um morador da Rua das Flores (Sobreiro). “Já me passou por lá a autoestrada, o saneamento, a linha de alta tensão, só me faltava mais isto”, desabafou.
“Estou a tentar vender uma casa, quero saber o que posso esperar”, inquietou-se outro munícipe.
No final, o Jornal de Albergaria ouviu a opinião de alguns dos presentes sobre a sessão de esclarecimento, tendo colhido comentários positivos, não só porque ajudou a perceber melhor esta problemática, mas também porque ficaram a saber que ainda podem obter esclarecimentos mais aprofundados na Câmara Municipal. “Não sei se vamos conseguir mudar alguma coisa, mas vale a pena tentar”, disse um dos inquiridos.
Nas demais freguesias afetadas pela Linha de Alta Velocidade (S. João de Loure e Frossos, Angeja e Branca) também irão decorrer sessões de esclarecimento. O prazo da discussão pública termina a 16 de junho, podendo o projeto ser consultado na plataforma Participa.pt
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