“Sentir Portugal” passa por Albergaria com Educação em foco

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Albergaria foi o último ponto da passagem de Luís Montenegro, presidente do PSD, pelo distrito de Aveiro, numa visita à mais antiga IPSS do concelho na prestação de serviços de Infância. A importância destas associações como parceiras do Estado e falta de vagas na Creche e Pré-Escolar estiveram no centro da conversa entre o social-democrata e as profissionais da Associação de Infância Dona Teresa.

Luís Montenegro, presidente do Partido Social-Democrata (PSD), esteve, esta tarde, na Associação de Infância Dona Teresa, no Jardim de Infância das Lameirinhas, para uma visita à IPSS mais antiga do concelho na prestação desta resposta social. A paragem em Albergaria insere-se na 7ª edição do “Sentir Portugal”, um compromisso assumido pelo líder do PSD no 40.º Congresso do PSD (2022) de passar uma semana por mês em todos os distritos do país e visitar pontos centrais da diáspora portuguesa. Albergaria foi a última paragem de uma semana dedicada ao distrito de Aveiro, de 17 a 20 de dezembro.

“Para ‘sentir Portugal’ também é preciso sentir as dificuldades que estas Associações têm porque nós colaboramos com o Estado para atender às necessidades sociais da população – não só a termos de Infância, como aqui fazemos, mas também considerando as especificidades de Albergaria. Não é a centralizar tudo nos grandes centros urbanos que vamos conseguir atender a estas realidades específicas”, advogava Ana Maria Moura, em conversa com o Jornal de Albergaria, antes da chegada do presidente social-democrata.

Os membros da Comissão Política de Secção do PSD de Albergaria receberam Luís Montenegro no Mercado Municipal ‘A Praça’, juntamente a Emídio Sousa, presidente da distrital de Aveiro; e Paulo Cavaleiro, secretário da distrital.

Falta de vagas

Após cumprimentar as crianças que brincavam no exterior do Jardim de Infância, o líder do partido ouviu as preocupações das trabalhadoras da Associação. A falta de contemplação do Pré-Escolar nos apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi a primeira a ser apontada.

A ajuda do PRR seria decisiva para a Associação avançar com a construção de um novo espaço para o Pré-Escolar e Centro de Atividades de Tempos Livres. O investimento de um milhão de euros já tem terreno adquirido e conta com apoio municipal, mas falta ainda uma fatia significativa de financiamento.

Ana Maria Moura explica que “daqui a três anos a bolha vai rebentar”, referindo-se a todos os alunos que terminam a Creche nesse ano e vão necessitar de vaga no Pré-Escolar, já completamente lotado. A Associação Dona Teresa tem uma lista de espera de 140 crianças para a Creche, onde acolhe 90 alunos, e o Pré-Escolar cheio com 88, e ainda 60 crianças em Atividades de Tempos Livres (ATL).

“Devia ter sido melhor planeado. Estou só a dar a minha opinião”, frisava a diretora. Luís Montenegro responde: “Também é a nossa”. “Somos defensores da gratuitidade, mas temos de ter rede para isso e não tem de ser só o Estado a criá-la. Devem ser feitas parcerias com transparência e atenção às especificidades de cada concelho”, acrescentou.

Em relação ao PRR, o líder social-democrata diz ser necessário “ver até que ponto o conseguimos reorganizar”, em caso de vitória nas legislativas marcadas para 10 de março, mas alerta que não será fácil “pois temos um Serviço Nacional de Saúde para reabilitar e uma economia para recuperar”, diz, em crítica aos últimos oito anos de governação PS.

“Não é verdade que quem chega a Portugal tem tudo”

Sara Vinga Quinta, presidente da Comissão Política albergariense, lembra, para além da gratuitidade do serviço, o desafio de albergar alunos emigrantes. A diretora diz que têm alunos indianos, venezuelanos, brasileiros e ucranianos. “Alguns têm mais dificuldade com o Português, mas nós arranhamos o Inglês e eles nestas idades aprendem rápido a língua. Recebemos todas as crianças”, orgulha-se Ana Maria Moura.

Em relação à emigração, uma das trabalhadoras demonstra-se revoltada com o contraste que percecionou entre a falta de apoio do Estado para a sua situação e a atribuição de subsídios a quem vem de fora, sentindo que “eles têm direito a tudo”. Esta falta de apoio social foi sentida durante a governação PSD (2011-2015).

O líder do partido demarca-se do sentimento: “Não me leve a mal, mas isso não é verdade. Não é verdade que quem chega a Portugal tem tudo, tomara nós ter essa capacidade. Temos é de trabalhar para ter condições para isso e reter devidamente os que cá estão”, defende. “Nós percebemos a sua mágoa. Deixa-me incomodado que em Portugal existam pessoas que não trabalham a receber mais do que quem trabalha, mas para resolver isso é preciso pagar mais a quem trabalha e não deixar que situações de desemprego se perpetuem”, acrescenta.

Luís Montenegro reforça a importância de incluir e investir na Educação. “É preciso definir prioridades porque os recursos não são infinitos e a Educação é para nós uma prioridade porque é premente para hoje e decisiva para amanhã – se o país quiser, a longo prazo, aumentar a natalidade”, diz, despedindo-se com desejos de “boa sorte e bom trabalho” e recebendo alguns “igualmente” de volta.