Pouco passava das 10h30 desta manhã quando Marcelo Rebelo de Sousa fez juramento perante o parlamento para “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição Portuguesa“.
Numa cerimónia altamente protocolar, foi Ferro Rodrigues que abriu a sessão, realçando que esta tomada de posse, devido às restrições decretadas pelo Estado de Emergência, no âmbito da pandemia da Covid-19, contou com assistência reduzida. O Presidente da Assembleia da República também usou a palavra para deixar uma “saudação pela forma expressiva de eleição” de Marcelo, referindo que a sua reeleição foi o resultado “da demonstração de repúdio do extremismo por parte dos portugueses“, sendo este um assunto que a todos deve preocupar. “Surgindo por vezes sob a capa de nacional-populismo ou de movimentos inorgânicos, o radicalismo e o extremismo são, inquestionavelmente, perigos para a democracia, com as dicotomias antissistema, repletas de respostas falaciosas e impraticáveis, sem adesão à realidade e com difícil relação com a verdade e os factos“, referiu.
Em seguida Marcelo Rebelo de Sousa fez a primeira intervenção do seu segundo mandato. “Hoje, como há cinco anos, Portugal é a única razão de ser do compromisso solene que hoje assumo“, começou por referir. Num longo discurso, o Presidente da República salientou a importância da democracia, de combater a corrupção e de “reconstruir a vida das pessoas“, uma “missão prioritária” que vai além de 2021.
Na reta final, o chefe do Estado fez votos para que “os próximos cinco anos possam ser de esperança“, assegurando ainda que se mantém a mesma pessoa de há cinco anos atrás. “Resta lembrar o óbvio: sou o mesmo de há cinco anos, sou o mesmo de ontem, nos mesmo exatos termos eleito e reeleito“, afirmou. Independentemente da maioria parlamentar, prometeu manter o “espírito de compromisso, de estabilidade, afeto, preferência pelos excluídos e convergência no essencial“.
Uma tomada de posse entre Lisboa e Porto
De São Bento, o Presidente da República segue para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde irá depositar coroas de flores nos túmulos de Luís de Camões e Vasco da Gama. Durante a tarde estará no Porto. De referir ainda que enquanto se encaminhava para a cerimónia de tomada de posse, Marcelo disse aos jornalistas que iria visitar Espanha e o Vaticano ainda esta semana. “Vou pedir autorização, só depois de estar empossado à Assembleia da República, para ir onde fui da outra vez, primeiro ao Vaticano, o que me permitirá ser o primeiro chefe de Estado a estar com o Papa depois da chegada do Iraque“, disse
Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito a 24 de janeiro com 60,7 % dos votos. É o segundo melhor resultado da democracia portuguesa na reeleição de um Presidente, ficando apenas atrás de Mário Soares.