Com lamentos sobre a falta de ‘tapete’ nas estradas e perante o estado dos caminhos da floresta, foi entre elogios e pedidos de melhoria que decorreu a última Assembleia de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior antes das autárquicas. Jorge Lemos, presidente da Junta, mostrou-se orgulhoso da “almofada” financeira que deixa a quem o suceder e afirmou-se disponível para tornar a transição de executivo o mais descomplicada possível.
O elogio à 6.ª Mostra de Estátuas Vivas abriu a penúltima Assembleia de Freguesia de Albergaria-a-Velha e Valmaior do ano, e a última antes das eleições autárquicas, marcadas para 12 de outubro. Ruben Coelho, membro da oposição (PSD), louvou o encontro pela originalidade e movimento que traz à manhã de Mercado Municipal.
“Tal como em anos anteriores, pude confirmar que é um evento bem-sucedido, capaz de trazer mais algumas pessoas ao Mercado e a coincidir com a época em que nos visitam os nossos emigrantes. É capaz de ser a atividade do centro da nossa cidade que gera mais movimento e curiosidade no fim-de-semana em que se celebra a Nossa Senhora do Socorro”, afirmou Ruben Coelho.
No campo dos reparos, o membro da Assembleia alertou para a “valeta quase tapada” na Rua Aido do Norte, no Sobreiro. Jorge Lemos, presidente da Junta de Freguesia, indicou que iria pedir “a máquina adequada à Câmara Municipal” e requisitar a limpeza – a mesma resposta dada a Rui Santos, eleito pelo CDS-PP, partido do executivo, sobre uma “valeta completamente obstruída” no caminho da Foz que deixa a água escorrer pela ecopista até às habitações.
Jorge Lemos lembrou que nem todos os troços que necessitam de limpeza estão sob alçada da Junta de Freguesia, dando como exemplos “a zona da N16 de Albergaria até à Foz ou da valeta do Sobreiro até à rotunda de Angeja”. “Não vale a pena dizer que vamos conseguir limpar tudo porque é muito difícil. O orçamento que as Juntas de Freguesia recebem da Câmara para esta tarefa é reduzido e não podemos gastá-lo a fazer trabalho que é dos outros. Fazemos o que nos compete e já é muito”, reforçou o presidente da Junta.
‘Tapetes’ em falta
Ruben Coelho alertou ainda para os jovens que saltam da ponte do Parque de Lazer de Valmaior para o rio Vouga, não tendo o curso de água profundidade suficiente para que tal seja sempre feito em segurança. O membro da Assembleia pediu a colocação de placas a alertar para o perigo e referiu ter conhecimento de que a fiscalização dos atos não é responsabilidade da Junta.
Jorge Lemos respondeu que a GNR e o próprio já se tinham dirigido aos jovens numa tentativa de sensibilização, sem sucesso. Alguns membros da Assembleia afirmaram que o perigo já se encontra sinalizado com placas.
Por sua vez, João Salgueiro (PSD) alertou para o estado do piso no Vale do Carro e em Mouquim, onde sugeriu “pelo menos, a colocação de tapete”. Jorge Lemos disponibilizou-se para solicitar o pedido à Câmara, mas afirmou que tem dúvidas que tal seja feito. “Aqui, o tapete fugiu muito. Por esta altura, vejo reparações na Rua do Brejo e em frente ao cemitério do Sobreiro. No Sobreiro, onde há tanto movimento, fizeram-se uns remendos”, lamentou o presidente da Junta.
Jorge Lemos acrescentou que também os caminhos da floresta precisam de reparação urgente. Lembrando a parceria entre a Câmara Municipal e o Exército Português para a reparação de caminhos pós-incêndios, o presidente da Junta considerou prioritários troços como o que liga Vila Nova de Fusos a Mouquim, por não existir um percurso alternativo. “A continuar assim, sem uma visão estratégica, daqui a uns anos já não se vai a nenhum pinhal. Os caminhos florestais não estão à vista de todos mas seriam uma prioridade minha se estivesse na Câmara”, afirmou Jorge Lemos.
65 mil para danos de fogo
João Salgueiro chamou à atenção para o caixote do lixo de Vila Nova de Fusos que ardeu nos incêndios de setembro de 2024, na Rua de São Luís, que nunca foi substituído, fazendo com que a zona tenha apenas um contentor.
Sobre os danos provocados pelas chamas, o presidente da Junta confirmou o ajuste orçamental feito para acomodar os 65 mil euros de compensação vindos do Fundo de Emergência Municipal para reparação de material público consumido pelo fogo. O valor será destinado à reabilitação das redondezas da Escola das Frias, compra de novo baloiço para Santo António, substituição do corrimão no Vale da Espinheira e aquisição de novas mesas de exterior para Vila Nova de Fusos, Sobreiro e Estuval.
Ainda sobre as contas, Jorge Lemos assegura deixar uma situação financeira favorável ao sucessor. “Posso dizer que vamos entregar as contas confortáveis. Quem vier a seguir, tenho quase a certeza absoluta, estará muito confortável com o que deixamos. Não é um saldo exorbitante, mas é uma boa almofada”, afirmou o presidente.
A “gestão conservadora” foi elogiada pelo membro da oposição Ruben Coelho. “Tenho alguma concordância com esta forma de gestão, sobretudo em tempos incertos que requerem prevenir situações inesperadas”, detalhou o eleito pelo PSD.
A terminar, o presidente mostrou-se disponível para receber quem vier a seguir. “A quem ganhar darei os parabéns e, uns dias depois, chamo aqui à Junta para que possa adaptar-se e começar a trabalhar. Vai ser uma Junta aberta. Não vamos fazer nada que possa prejudicar quem vencer as eleições, pelo contrário – fazemos questão de estar ao lado e ajudar naquilo que pudermos; seja quem for”, assegurou Jorge Lemos.





