Bloco de Esquerda alerta para “falta de investimento e aposta” no SNS

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A visita de Moisés Ferreira (ao centro) foi acompanhada por Nelson Peralta e Fernanda Lopes, elementos da lista do BE de Aveiro às eleições legislativas

Moisés Ferreira, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Aveiro do Bloco de Esquerda (BE), esteve esta manhã junto ao Centro de Saúde de Albergaria-a-Velha como forma de sinalizar “a falta de investimento e aposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que o Governo tem tido nos últimos dois anos”. A visita foi acompanhada por Nelson Peralta e Fernanda Lopes, elementos da lista do BE de Aveiro às eleições legislativas.

A passagem no concelho teve também como objetivos sublinhar a necessidade de intervenção no edifício e alertar para o facto de o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) em que Albergaria está inserido tem sido dos agrupamentos em que o número de utentes sem médico de família mais tem aumentado. “Em novembro de 2019 existiam no ACES Baixo Vouga 9.140 utentes sem médico de família. Passados dois anos, em novembro de 2021, já são 22.595 utentes, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde”, aponta Moisés Ferreira, em declarações ao Jornal de Albergaria.

O candidato defende que este cenário “demonstra que do ponto de vida dos cuidados de saúde primários, não tem sido feito o que é necessário. Não tem havido medidas de fixação de médicos, nem a criação de equipas de família”. Outra lacuna que aponta é a ausência de investimento em áreas que o partido considera serem “fundamentais para os cuidados de saúde primários” como a medicina dentária, psicologia, nutrição, podologia ou fisioterapia. “Achamos que devem existir nos serviços de saúde primários de forma a garantir que estejam mais próximos e acessíveis da população”, esclarece.

A necessidade de obras de requalificação no edifício é outra das preocupações do BE. “Há cerca de dois anos [o centro de saúde] teve de estar encerrado por questões graves e isso, na verdade, continua por resolver”, relembra Moisés Ferreira.

Mesmo com a luz verde dada a um conjunto de intervenções que têm como objetivo melhorar as condições do edifício, o candidato considera “não ser suficiente”. “O Ministério da Saúde é quem tutela o SNS e é o responsável por todos os seus edifícios, ou deveria ser. No final de 2019, quando se registaram problemas infraestruturais graves e até de segurança, o Ministério da Saúde é quem deveria ter atuado de imediato. Mas decidiu esperar mais de dois anos e empurrar para a Câmara Municipal, para que a autarquia encontrasse uma forma de financiamento para resolver o problema”, explica. Por isso, defende que a posição do Governo “é tudo aquilo que não se deve fazer porque, entretanto, o edifício está a degradar-se, estão os utentes a serem recebidos em péssimas condições, os profissionais muitas vezes a trabalhar com péssimas condições, às vezes com perigo, e isso é inadmissível”.

O Bloco de Esquerda quer colocar um ponto final neste cenário e lembra que as eleições de 30 de janeiro são uma oportunidade para isso. “Há opções, nomeadamente a do BE que tem como prioridade o SNS”, afirma. Entre as propostas do partido está a missão de ter um “SNS que não esteja cronicamente subfinanciado e suborçamentado” bem como a implementação de medidas concretas para contratar e fixar profissionais de saúde. Moisés Ferreira defende que “a falta de médicos de família não está relacionada com a falta de médicos, pelo contrário, mas o que acontece é que são abertas vagas e eles não querem ficar no SNS. Há que perceber porquê e criar condições para que se fixem. É preciso rever as carreiras transversalmente a todas as profissões para que esses profissionais fiquem no SNS”.

Recorde aqui a composição da lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral de Aveiro às eleições legislativas.