Mariana Mortágua anuncia saída da liderança do Bloco de Esquerda

0
72

A líder bloquista de saída sublinha avançar para esta “decisão com a tranquilidade” que lhe foi conferida pelo “constante apoio” do camaradas de partido. “Faço-o por acreditar que o Bloco beneficiará de ter, na coordenação e no parlamento, pessoas com melhores condições do que aquelas que hoje tenho para dar voz ao partido”, lê-se na comunicação.

Foto: Pedro A. Pina/RTP

Em carta dirigida aos militantes do Bloco de Esquerda, conhecida este sábado, Mariana Mortágua anuncia a saída da liderança do partido. Na comunicação, reconhece que não conseguiu promover um “impulso político e eleitoral” ou neutralizar “empenhadas campanhas de ódio” dos “adversários”.

“Comunico-vos que decidi não me candidatar a um novo mandato de coordenadora do Bloco de Esquerda”, indica Mariana Mortágua na mensagem aos militantes, citada pela RTP. A carta de Mariana Mortágua sela o fim de um ciclo no Bloco de Esquerda que teve início no final de maio de 2023, quando foi eleita com mais de 80 por cento dos votos na Convenção do partido.

Mariana Mortágua assumiu um cargo num contexto que descreve como “difíceis condições políticas da esquerda e do nosso partido, depois do colapso da maioria absoluta do PS e com o reforço da direita e da extrema-direita”. Perante a necessidade de “encontrar outros caminhos”, considera que “esse objetivo não foi cumprido”. “Não apenas porque continuou a redução do espaço eleitoral do Bloco, mas também porque a renovação que então fizemos não se revelou suficiente para relançar a nossa intervenção social”, explica.

Mariana Mortágua sublinha avançar para esta “decisão com a tranquilidade” que lhe foi conferida pelo “constante apoio” do camaradas de partido. “Faço-o por acreditar que o Bloco beneficiará de ter, na coordenação e no parlamento, pessoas com melhores condições do que aquelas que hoje tenho para dar voz ao partido. Caberá a cada uma das moções presentes à próxima Convenção apresentar as suas alternativas de direção. A pluralidade reforça-nos”, lê-se na mesma comunicação.

Apesar do atual cenário, a antiga líder bloquista olha para o futuro com confiança. “Estes são os tempos que nos toca viver e o Bloco tem a história, as ideias, a coerência e a militância para os enfrentar e para surpreender mais uma vez quem se assanha para nos atacar. Não temos medo e venceremos os novos fascistas e toda a opressão com a força da ideia socialista. Serei parte desse caminho, como sou há quase vinte anos. Confio neste partido, na gente que o faz. Conta comigo”, conclui.

Fonte: RTP Notícias