Cerca de seis dezenas de professores manifestaram-se, esta manhã, em frente à Escola Básica de Albergaria-a-Velha, dando continuidade aos protestos que decorrem em todo o país. À manifestação, seguiu-se uma reunião no auditório escolar, onde uma centena de participantes definiu novas formas de luta, por “uma melhor escola pública”.
Andreia Loureiro, delegada sindical do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), disse ao Jornal de Albergaria que, amanhã, o protesto irá repetir-se (manifestação e reunião), desta feita na Escola de São João de Loure.
Os manifestantes exibiram cartazes em que se liam palavras de ordem como “Respeito”, “Dignificação” e “Burocracia asfixia”.
“Estamos nesta luta, com greve até 30 de janeiro, para pessoal docente e não docente, a reivindicar, essencialmente, melhores condições para a escola pública”, disse a delegada sindical. A paralisação poderá levar ao encerramento de escolas, como, aliás, já tem acontecido em estabelecimentos de ensino de Albergaria. “É imprevisível, não há garantia de funcionamento, depende da adesão em cada dia”, esclareceu a sindicalista.
O professores defendem a “recuperação do tempo de serviço e a abolição das quotas para a progressão do 5º e 7º escalão”, entre outros pontos. O Stop, que também abrange o pessoal não docente, visa igualmente a recuperação do tempo de serviço destes profissionais, e uma maior justiça salarial. “Queremos os ordenados dos docente e não docentes de acordo com a inflação, pois desde 2019 estamos a perder pelo menos 20 por cento do vencimento”, salienta Andreia Loureiro.
Célia Gomes, professora, acrescenta que o Ministério está a dividir para reinar: “Em relação ao pessoal não docente, os que entraram este ano estão a auferir o mesmo vencimento do que os que já estão há muitos anos”. Andreia Loureiro faz destas as suas palavras e adianta: “É importante explicar isso às pessoas, porque é assim que tentam desestabilizar as formas de luta”.
Célia Gomes expressou o seu descontentamento face às condições de ensino. “Não conseguimos ensinar, temos metas muito estritas, condicionamentos burocráticos asfixiantes, procedimentos muito complexos, além de falta de equipamentos, como retroprojetores. O Estado não dá condições para sentirmos a escola como nossa e para darmos o melhor aos nossos alunos”, realçou.
“Nós, professores, gostamos muito dos alunos, estamos aqui por vocação, se não fosse isso, a escola pública não funcionaria. Chegamos a investir do nosso bolso quando a escola não tem meios”, frisa Célia Gomes.
Independentemente das negociações, cujas datas o Ministro da Educação já antecipou de 24 de janeiro para 18 e 20 deste mês, o protesto vai prosseguir, afirma a delegada sindical, ciente de que “não vai haver um acordo total”.