Um novo Curso no ensino articulado, dois Prémios de Excelência e atuações de Dança e Cordas fizeram a tarde de entrega de prémios de mais um ano letivo passado na Jobra, a escola dos sonhos.
A cerimónia de entrega dos Prémios de Excelência e Mérito do Conservatório de Música da Jobra (CMJ) e Art’J – Escola Profissional de Artes Performativas da Jobra encheu, esta terça-feira, o Centro Cultural da Branca, no mesmo dia em que a escola assinala 37 anos de ensino e promoção das Artes. O palco foi aberto com a atuação do Ensino Artístico de Dança, uma amostra do talento que seria premiado ao longo do serão.
Alunos e encarregados de educação assistiram a uma tarde de talento e reconhecimento “do ensino das artes performativas e desporto como parte fundamental para a educação de qualquer ser humano, sem eles, fica incompleta”, nas palavras de Filipe Marques, presidente da Jobra.
Filipe Marques recorda que em 1986 a Jobra nasceu “com 40 alunos, na Junta de Freguesia” e com o sonho de ser “como aquela escola que víamos na televisão”, diz, referindo-se à adaptação do musical FAME para série, concluindo que não só cumpriram o sonho como foram os criadores da estreia mundial do clássico da Broadway atuado com uma orquestra ao vivo.
“Só falta a passadeira”
Antes de dar início à cerimónia, o diretor avançava que este será o primeiro ano letivo em que os alunos do 5° ao 9° ano podem participar no programa Erasmus. A ambição da Jobra em ser referência europeia nas artes performativas e musicais é outra das novidades que a escola planeia para o futuro, deixando no ano que passou a atitude “conservadora” de querer ser apenas referência nacional – “já atingimos esse objetivo e digo isto porque nos dizem que somos, não é algo que seja inventado”, reforça.
Hernâni Petiz, diretor pedagógico do CMJ, começou com a entrega de prémios de mérito aos estudantes do Conservatório, uma forma de reconhecimento “das competências e atitudes dos alunos” e um veículo para “promover a cidadania e o gosto pela aprendizagem”, como disse. Do 1º ao 5º grau do ensino articulado, foram premiados 46 alunos do Curso Básico de Música e 12 do Ensino Artístico de Dança, com distinções entregues por Filipe Vieira, diretor do CMJ, e coordenadores dos cursos – Luís Lima na Música e Renato Gomes na Dança.
Filipe Marques e Filipe Vieira encerraram a tarde de prémios CMJ com a atribuição do Prémio de Excelência, “para os melhores dentro dos muito bons”, como explicava o diretor. Simão da Graça e Vasconcelos Martins foi o grande vencedor da distinção que engloba todos os braços do Conservatório – a sede CMJ em Albergaria, a extensão em Sever do Vouga e o polo de Vouzela. “E foram os nossos Globos de Ouro. Só faltou a passadeira vermelha”, despede-se, com humor, Filipe Vieira.
Elogio de Zambujo
Os prémios para a ART’J, atribuídos aos alunos dos Cursos Profissionais, pautaram-se pelos mesmo valores de cidadania e responsabilidade que os anteriores, mas com a média dos alunos a contar como fator decisivo – todos os distinguidos têm média igual ou superior a 17 valores, cinco dos quais apresentam uma classificação média de 19. A cerimónia foi aberta pela atuação dos alunos instrumentistas de Cordas, um momento solene recebido com fortes aplausos.
“São alunos que estão quase à porta da saída para um mundo para o qual vão preparados de forma diferente daqueles que não frequentaram a Jobra ou escolas semelhantes”, frisa Filipe Marques, reforçando a mensagem passada nos prémios CMJ.
Rigor, competência, empenho, dedicação, transparência, criatividade, ambição e paixão são os valores basilares da escola branquense, como repete o presidente, “como um padre na missa”, diz. Filipe Marques frisa a importância de valores como a criatividade no atual contexto de desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial. “Quem não for criativo, cai na repetição”, alerta.
Numa nota mais leve, convida a “todos os que tiverem entre três meses e cento e tal anos” que se juntem aos Cursos Livres da Jobra pois nunca é tarde para aprender “e fazer companhia aos filhos e netos”, sugere. O presidente recorda que o ambiente convidativo e inspirador da escola foi já louvado por nomes como António Zambujo “que disse ‘esta era a escola onde eu gostava de ter andado, esta é que era a escola para mim’ quando cá veio tocar com os nossos alunos”, orgulha-se.
Desporto entra em jogo
Os Cursos Profissionais de Instrumentista de Jazz, Instrumentista de Cordas e de Tecla, Instrumentista de Sopro e Percussão, Intérprete de Dança Contemporânea, Teatro e Desporto foram distinguidos com prémios de mérito, entregues por Filipe Marques e coordenadores de Curso – respetivamente: Carl Minnemann, Paulo Margaça, Eva Morais, Sara Almeida, Cristina Dias Vieira e Rogério Bessa.
“Este é um dia de grande alegria. Sabemos que certas franjas da sociedade não concordam com este tipo de prémios, mas nós achamos importante reconhecer o mérito e o rigor”, afirmava Filipe Vieira, reforçando que todo o trabalho premiado é fruto do labor de todos os alunos, professores e coordenadores.
Os prémios entregues ao Curso Profissional de Desporto, como sublinhava Rogério Bessa, “representam a última geração de Desporto na ART’J e um novo começo na ADJ”, diz, referindo-se à Academia de Desporto da Jobra, nascida a setembro deste ano após o sucesso e crescimento rápido do curso dedicado à modalidade – em 2019, o Curso de Desporto abriu na ART’J com 11 alunos e a ADJ abriu com 130 estudantes. “Vamos trabalhar para ser referência no Desporto como a ART’J é nas artes performativas”, garante Rogério Bessa, a estrear o cargo de diretor da ADJ.
A tarde terminou com a entrega do Prémio de Excelência ART’J a Margarida Santos “pela melhor média (19,2 valores) e comportamento exemplar”, uma distinção que mereceu uma salva de palmas de toda a audiência.