50 pessoas em palco e cerca de 150 na assistência transformaram o auditório do Cineteatro Alba num espaço de cor, movimento e alegria contagiantes, durante o espetáculo “Sete – Pontes Sonoras”, projeto artístico de inclusão social do programa municipal Incluir +.
Entre a meia centena de participantes, com idades entre os 9 e os 83 anos, 17 são utentes da APPACDM de Albergaria-a-Velha e os restantes, elementos da comunidade que, desta vez, foi desafiada a juntar-se ao espetáculo. Responderam ao desafio, maioritariamente, membros do Coro Trauteias e Rodopias, do Programa Idade Maior e da Educalba – Associação de Educação e Cultura de Albergaria-a-Velha. Participaram, também, músicos do projeto MusicArt da Divisão de Cultura do Município, entre os quais Bruno Moreira, responsável pela conceção do Pontes Sonoras.
“Sorriam e desfrutem”, recomendou aos participantes em palco, Bruno Moreira, no final do último ensaio. Assim foi. Durante os 50 minutos de atuação, os rostos espelharam o prazer de estar a representar, em sintonia uns com os outros e com as músicas que serviram de alicerce a estas Pontes Sonoras.
A sétima edição do projeto foi dedicada ao número sete, pelo que o espetáculo contou com sete momentos distintos mas sem cortes no ritmo, cada um deles com uma música e uma encenação própria, alusivas a esse número especial que, no palco do Cineteatro, provou ser mágico. “Sete Mares”, “Sete e Pico”, “Sete Saias”, “Arco Íris”, “Sete Dias da Semana”, “Pica do Sete” e “Dó, Ré. Mi” (sete notas de musicais) foram os temas interpretados, num ambiente de cor e movimento esteticamente bem conseguido, que contagiou o público. O espetáculo terminou com a assistência em pé, a aplaudir vigorosamente.
“É bom ver que é possível trabalhar em conjunto”
No final, Isabel Fonseca, presidente da APPACDM de Albergaria, a quem o Jornal de Albergaria pediu um comentário, expressou o seu contentamento: “Estou de coração cheio, porque, como se viu, os nossos utentes ficam felicíssimos, não só pelo facto de pisarem o palco, mas por evidenciarem as suas competências e por interagirem com outras pessoas da comunidade. É bom ver que é possível trabalhar em conjunto. Estas atividades são extremamente importantes, acima de tudo, para a sanidade mental dos utentes, que têm muitas competências, uns para a área artística, outros para desporto, outros para as artes decorativas. Temos que agradecer ao município esta parceria”.
Catarina Mendes, vereadora da Ação Social, também manifestou a sua satisfação: “Isto é a prova de que aquilo em que acreditamos se consegue concretizar. Não é só o que está em palco nestes 50 minutos, é um processo contínuo, um trabalho de quase meio ano e que já vem de antes, de outras edições. Já passou pela Casa da Música e por municípios vizinhos, com muitas pessoas envolvidas, umas em cima do palco e muitas outras por trás, anónimas, mas que são indispensáveis para se chegar ao momento do espetáculo”.
“Sete – Pontes Sonoras” foi apresentado no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência e as receitas de bilheteira reverteram para a APPACDM.