Alunos da Jobra brilham em estreia mundial apresentada no Cineteatro

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O campo de férias JOBRA fez nascer uma estreia mundial Broadway do musical FAME JR, pela primeira vez apresentado com orquestra ao vivo. O Cineteatro Alba foi palco da explosão de cor e talento, uma simbiose entre dança, música e teatro, num espetáculo totalmente protagonizado por prata da casa.

O trabalho árduo, talento, autodescoberta, humor e ambição que compõe as personagens do intemporal musical Fame! foram levados a palco pelos alunos da JOBRA, numa estreia mundial Broadway em Albergaria, no passado sábado, dia 29 de julho, com uma audiência de 344 pessoas. Esta foi a primeira vez que o musical se apresentou com o instrumental a cargo de uma orquestra ao vivo, à direita do palco do Cineteatro Alba, a acompanhar o elenco em cada nota, composta pelos estudantes do Curso Profissional de Instrumentista.

O foco de Nick Piazza, a resiliência de Tyrone Jackson, o carisma de Joe Vegas e a ambição de Carmen Diaz funcionaram como paralelo para o mundo real, espelhando as caraterísticas dos alunos da JOBRA, que fizeram o público rir, cantar e fechar a noite com uma ovação de pé. “Correu muito bem. Eles conseguiram, em duas semanas, preparar um espetáculo destes, memorizar um guião em inglês e divertirem-se muito juntos. Foi mais um sonho concretizado”, orgulha-se Filipe Marques, diretor da JOBRA.

A estreia mundial apresentada no Cineteatro resultou da 1ª edição do Showtime, duas semanas de convívio, lazer e intensos ensaios. “Somos alunos de vários pontos do país – Ovar, Arouca, Aveiro, Águeda, Figueira da Foz… – e durante o campo de férias passámos por algumas das nossas terras natais. Acabámos por nos conhecer melhor através dos sítios de onde somos e mesmo as próprias regiões, com as memórias que cada um guarda da sua terra”, recorda João Queirós, que interpreta Tyrone Jackson no musical, em conversa com o Jornal de Albergaria, antes do espetáculo.

“Foi muito motivador”

“Os alunos não têm formação específica para teatro musical e foi esse o grande desafio deste campo de férias – colocá-los a fazer estas três áreas [música, dança e teatro] com elevada qualidade. Eles vieram muito bem preparados da JOBRA”, elogia Filipa Guedes, responsável pela direção de atores e encenação.

Sara Almeida, diretora artística e coreógrafa, acrescenta que os alunos “fizeram muito trabalho de casa” e que a evolução diária, durante as semanas do Showtime, foi notória. “Até os próprios sentiram que superaram as suas expectativas, especialmente os atores e dançarinos, que têm entre 14 e 17 anos”, acrescenta.

João Queirós conta-nos que, apesar de intenso, o tempo passado no Showtime “foi muito motivador porque sabíamos que íamos ter sempre momentos de descanso e convívio entre todos”, agradece. Durante o último jantar antes do espetáculo, um momento de lazer representativo do ambiente do campo de férias, com caixas de pizza para partilhar e mesas improvisadas no chão, os alunos contaram ao JA que “foram dias muito corridos, não houve momentos parados”, mas garantem que “o tempo foi muito bem aproveitado”.

A noção de que em duas semanas se fez o quase impossível é partilhada por Sara Almeida e Filipa Guedes. “O processo criativo teve de ser muito rápido e não foi totalmente dedicado a ensaios. Foi muito desafiante”, lembra a diretora de encenação.

É para repetir

O consenso é de que tudo valeu a pena para a apresentação de um espetáculo com a qualidade a que a JOBRA tem vindo a habituar o público, desta vez, com toque de estreia. “A música ao vivo traz uma outra magia, dá vida ao musical”, diz Sara Almeida. “Até a campainha da escola é tocada”, detalha Filipa Guedes. A colaboração entre ambas foi igualmente uma estreia, que esperam que seja a primeira de muitas.

João Sardo, coordenador dos projetos internacionais da JOBRA e que partilha data de aniversário com a estreia do espetáculo, avança que este foi um projeto-piloto que não fica por aqui, como confirma o diretor da JOBRA. O coordenador detalha que o objetivo para os anos seguintes passa por reunir um elenco nacional e internacional, e acrescenta que o resultado do Showtime é fruto da obtenção da licença MTI à JOBRA, “um grande orgulho, mas também uma enorme responsabilidade”.

Já de cortina fechada, os artistas cantaram os Parabéns a João Sardo, que os acompanhou ao longo de todo o processo. Apesar de nem todos guardarem a feliz coincidência de partilhar o aniversário com o dia do espetáculo, os abraços, lágrimas e sorrisos às portas do Cineteatro deixavam saber que estavam todos de parabéns.